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Além da usina de Fukuoka, a única outra usina do tipo em funcionamento no mundo está localizada em Mariager, na Dinamarca (Issei Kato/Reuters)
Repórter de ESG
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 11h52.
Última atualização em 8 de setembro de 2025 às 11h56.
Já imaginou gerar energia limpa e renovável a partir do encontro das águas doce e salgada? É assim que operam as usinas osmóticas, que produzem eletricidade a partir do movimento da água. A segunda instalação desse tipo em todo o mundo acaba de ser inaugurada no Japão, na cidade de Fukuoka.
A usina deve gerar cerca de 880 mil kW/h de eletricidade, o equivalente a abastecer cerca de 2,5 mil residências japonesas, segundo dados da Agência de Recursos Naturais e Energia do Japão. A quantia, que pode parecer pequena a primeiro momento, está sendo usada pela alimentar uma fábrica de dessalinização na cidade, que mantém o fornecimento de água potável para casas próximas.
COP30: acesse o canal do WhatsApp da EXAME sobre a Conferência do Clima do ONU e saiba das atualizações!A energia osmótica tem um diferencial-competitivo na comparação com outras fontes renováveis, já que pode ser usada sem interrupção, enquanto a solar e eólica dependem de fatores externos e climáticos.
Uma membrana é responsável por separar a água doce e a do mar. A salgada é pressurizada, o que aumenta também o movimento da água. Assim, a pressão interna aciona uma turbina o que produz eletricidade.
Leia: Japão e Coreia do Sul enfrentam verão mais quente já registradoNa fábrica de Fukuoka, esse processo deve substituir a água doce por águas residuais tratadas. Já a água salgada utilizada é a remanescente do processo de dessalinização, sendo uma salmoura. Isso eleva a diferença nos níveis de sal e aumento o potencial energético do processo.
Os obstáculos até o uso em larga escala da energia osmótica são muitos. De acordo com Sandra Kentish, professora da Universidade de Melbourne, muito potencial energético produzido a partir da mistura da água doce com salgada é perdida no bombeamento até a usina e no atrito com a membrana. “Isso significa que a energia líquida que pode ser obtida é pequena”, explicou em entrevista ao The Optimist Daily.
Leia mais: Financiamento para energia renovável cresce em 2024 e atinge R$ 32,5 bilhões, aponta estudoA ciência agora trabalha para desenvolver bombas e membranas que reduzam as perdas energéticas durante o processo. Outras possibilidades de instalações de usinas osmóticas já são analisadas pela ciência, como comunidades de lagos salgados em Nova Gales do Sul e Sydney, na Austrália, onde esse mesmo recurso poderia ser implementado.
Além da usina de Fukuoka, a única outra usina do tipo em funcionamento no mundo está localizada em Mariager, na Dinamarca, onde foi construída em 2023. Outros projetos-piloto e protótipos são testados em países como Catar, Espanha, Noruega e Coreia do Sul.