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Publicado em 23 de julho de 2025 às 10h18.
A busca por trazer mortos à vida pode estar mais perto da realidade do que se imagina. A startup americana Colossal Biosciences anunciou nos últimos dias um projeto de desextinção da moa gigante, uma ave com mais de três metros de altura e extinta há 600 anos. O animal se junta ao mamute-lanoso e ao tilacino, o lobo-da-tasmânia, na lista dos maiores desejos de ressurreição pela startup.
Com mais de três metros de altura, a moa gigante é a ave mais alta que se conhece que já habitou a Terra. O herbívoro sem asas era conhecido por patrulhar na Nova Zelândia, alimentando-se de árvores e arbustos, até a chegada dos humanos. Hoje, os registros do enorme animal sobrevivem apenas nas histórias orais maoris, bem como em milhares de descobertas de ossos, carnes mumificadas e algumas penas.
Para realizar o feito, a Colossal Biosciences recebeu um financiamento de mais de US$ 15 milhões, o equivalente a quase R$ 83 milhões. Em janeiro, a startup arrecadou US$ 200 milhões e foi avaliada em US$ 10 bilhões.
Um dos investidores foi o cineasta Peter Jackson, diretor da saga "O Senhor dos Anéis", que é colecionador de ossos de moa e apaixonado pela história da espécie.
Para transformar o feito em realidade, os cientistas vão analisar fósseis da ave gigante para coletar amostras de DNA. Na sequência, pretendem editar os genes de seus parentes vivos mais próximos, como a ema.
As aves geneticamente modificadas serão incubadas e, depois, soltas em "locais de renaturalização" fechados, de acordo com a empresa.
Com sede no Texas, a Colossal pretende ressuscitar a espécie extinta em um prazo de cinco a dez anos, em parceria com o Centro de Pesquisa Ngāi Tahu da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.
Muitos pesquisadores têm visto os anúncios envolvendo a empresa com descrença e argumentam que as criações são falsas e uma distração frente à perda de biodiversidade que está em curso, com um milhão de espécies sob risco de desaparecerem.
Cientistas alegam também que a empreitada pode ser perigosa, já que existe o receio de que o animal não se adapte à natureza dos tempos modernos.
Em abril deste ano, a empresa revelou a primeira desextinção de uma espécie: o lobo-terrível (dire wolf, em inglês). A Colossal usou edições genéticas derivadas do genoma do animal, reconstruído a partir de DNA encontrado em fósseis com idades entre 11,5 mil e 72 mil anos.
Em março, a empresa anunciou outro feito: a criação de um camundongo-lanoso. Os roedores foram modificados geneticamente com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos, espécie extinta há cerca de quatro mil anos.