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Robert Francis Prevost assumiu nesta quinta-feira, após o falecimento de Papa Francisco em 21 de abril (Alberto Pizzoli/AFP)
Repórter de ESG
Publicado em 9 de maio de 2025 às 11h23.
Última atualização em 9 de maio de 2025 às 14h10.
Eleito Papa Leão XIV, o cardeal americano Robert Francis Prevost assumiu nesta quinta-feira o legado deixado por Papa Francisco, que comandou a Igreja Católica por 12 anos, até falecer em abril deste ano. Aos 69 anos, o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos atuou como bispo no Peru, onde serviu por duas décadas e se tornou um cidadão naturalizado.
Assim como o argentino, Leão XIV possui um histórico de defesa do meio ambiente e discursos contra a crise climática. Durante um seminário em Roma no último ano, Prevost declarou que era hora de tornar as palavras em ação contra a perda dos recursos naturais.
Ele também se posicionou contra os avanços nocivos da tecnologia e reiterou que a Santa Sé tem um compromisso com a proteção ambiental.
Ele também citou algumas das ações tomadas pela Igreja Católica para garantir a redução do impacto ambiental causado pelas operações da Igreja, como a instalação de painéis solares nas igrejas do Vaticano e a utilização de veículos elétricos.
Em sua conta pessoal do X, antigo Twitter, o novo Papa também fez declarações de cunho social, se posicionando contra a política anti-imigrantes de Donald Trump, atual presidente americano, antes mesmo de seu primeiro mandato. Em 2015, ele compartilhou um artigo do The Washington Post que discute por que a política migratória de Trump é problemática.
Leão XIV também se posicionou ao longo dos anos acerca dos problemas sociais enfrentados nos Estados Unidos, como a violência armada, racismo, xenofobia e a crise de imigração.
A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, afirmou que espera a presença de Prevost durante a Conferência do Clima da ONU de Belém, que acontecerá em novembro deste ano.
Segundo Toni, é uma esperança saber que o novo pontífice está alinhado com o Papa Francisco quanto ao momento atual da crise do clima. “Esperamos dar as boas-vindas ao Papa Leão XIV durante a COP30, e que ele nos ajude a construir um acordo climático que marque um ponto de virada na criação de um futuro mais próspero, seguro, justo e sustentável”, publicou em uma rede social.
À CNN Brasil, o bispo e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, afirmou que Leão XIV receberá o convite para visitar o Brasil e participar da Conferência.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou na rede social X os cumprimentos ao novo líder da Igreja Católica. Lula desejou que o Papa abençoe o mundo na busca pela construção de um futuro melhor e mais justo. “Desejo que ele dê continuidade ao legado do Papa Francisco, que teve como principais virtudes a busca incessante pela paz e pela justiça social, a defesa do meio ambiente, o diálogo com todos os povos e todas as religiões, e o respeito à diversidade dos seres humanos”, escreveu.
Lorna Gold, diretora-executiva do Movimento Laudato Si’, rede católica global focada na redução das mudanças climáticas e combate à pobreza, também se manifestou. “Esse é um momento essencial, de unidade e ação. Como um homem que serviu às comunidades no Peru e fez chamados de ação pela justiça climática, esperamos sua liderança nesse momento crítico”, afirmou.
Segundo Gold, a luta climática no catolicismo também passa pelos líderes de base, como bispos, sacerdotes, religiosas e religiosos de todo o mundo. “Seguiremos nesse caminho até a justiça climática e ecológica”, disse.
A diretora-geral da Fundação Europeia pelo Clima, Laurence Tubiana, afirmou que os dez anos desde o lançamento do Laudato Si’ também são os dez anos mais quentes da história, sinal de que a manifestação interna não conseguiu mudar o avanço das mudanças climáticas. “Espero que o Papa Leão XIV seja o líder inspirador para a paz e a solidariedade que precisamos nesses tempos turbulentos e amplie os esforços da Igreja Católica para enfrentar a crise climática, energizando seguidores, governos e líderes de todo o mundo”, afirmou.
Manuel Vidal, responsável pelo clima e energia da ONG mundial WWF, afirmou que a escolha de Leão XIV é uma excelente notícia em um momento difícil para o debate climático, que enfrenta o negacionismo e as medidas contrárias ao ritmo mundial assumidas pelo governo americano. “A proximidade do Papa com Francisco é evidente. Seu compromisso tem se expressado não apenas com o clima, mas também com os pobres e os migrantes, o que é muito bom não só para a Igreja, mas para a humanidade”, disse.