ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Peixes no espaço? Projeto quer levar o alimento para astronautas na Lua e gerar menos lixo

Iniciativa francesa Lunar Hatch quer levar aquicultura de robalos para o espaço, garantindo uma fonte de proteínas no menu de astronautas

Desde 2016, o projeto tem testado as condições necessárias para transportar ovos de peixe fertilizados ao espaço (by wildestanimal/Getty Images)

Desde 2016, o projeto tem testado as condições necessárias para transportar ovos de peixe fertilizados ao espaço (by wildestanimal/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 2 de maio de 2025 às 13h00.

Última atualização em 2 de maio de 2025 às 15h43.

O projeto francês Lunar Hatch busca desenvolver uma solução para fornecer alimento aos astronautas em futuras missões espaciais. O plano envolve a criação de peixes, especificamente robalos, na Lua, utilizando um sistema de aquicultura fechado e autossustentável.

Se implementado, o projeto permitiria que os astronautas consumissem peixe regularmente, contribuindo para a manutenção de sua saúde e massa muscular durante a missão.

Desde 2016, o projeto tem testado as condições necessárias para transportar ovos de peixe fertilizados ao espaço. No Centro Espacial da Universidade de Montpellier, simulações com o foguete russo Soyuz foram realizadas para garantir que os embriões resistissem ao impacto das vibrações do lançamento.

Em um vídeo publicado no YouTube, o projeto testa a resistência dos ovos à vibração de um foguete. Veja a seguir:

yt thumbnail

Os testes mostraram que os ovos sobrevivem sem prejuízos ao seu desenvolvimento, o que representa um avanço importante para a criação de peixes no ambiente lunar.

Projeto que leva peixes para a Lua?

O peixe foi escolhido devido ao seu valor nutricional, fornecendo proteínas de fácil digestão, além de ômega-3 e vitaminas essenciais para a saúde dos astronautas. A ideia do Lunar Hatch é que os robalos cultivados na Lua possam ser consumidos pelos astronautas até duas vezes por semana, atendendo a uma das necessidades básicas em missões espaciais de longa duração.

A iniciativa é liderada por Cyrille Przybyla, pesquisador em biologia marinha do Instituto Nacional Francês de Pesquisa Oceânica.

A principal proposta do projeto é a criação de um sistema de aquicultura que não gere desperdício. Para isso, água retirada do gelo lunar seria utilizada para encher os tanques dos peixes.

Poluição por ansiolíticos no mar está mudando comportamento dos peixes - e ameaça espécies

As fezes dos peixes seriam tratadas por camarões e vermes, e os resíduos dos camarões alimentariam microalgas, que, por sua vez, poderiam ser usadas para alimentar outros organismos filtradores. Esse ciclo fechado visa garantir a sustentabilidade do projeto.

Em entrevista ao The Guardian, Przybyla explica que o objetivo é criar uma cadeia alimentar de circuito fechado na Lua. “O objetivo é não gerar lixo: tudo vai ser reciclado a partir de um sistema de aquicultura que garante sua autonomia por quatro ou cinco meses”, explicou.

O Lunar Hatch recebeu apoio da Agência Espacial Europeia (ESA) e do Centre National D'Études Spatiales (CNES), que financiaram a pesquisa a partir de 2018. O próximo passo do projeto é testar suas condições no espaço real, por meio de uma missão espacial, que validará os resultados obtidos nas simulações feitas até agora.

Desafios e próximos passos

Apesar dos avanços, o projeto ainda enfrenta desafios significativos. As condições extremas da Lua, como a falta de atmosfera e temperaturas muito baixas, são obstáculos a serem superados.

Além disso, a adaptação dos peixes à gravidade lunar e o impacto das radiações cósmicas ainda precisam ser analisados. No entanto, com o apoio de agências espaciais e o desenvolvimento contínuo de tecnologias, o projeto segue em frente, buscando soluções para a alimentação de astronautas.

Acompanhe tudo sobre:PeixesSustentabilidadeReciclagemEspaçoFoguetesAstronautas

Mais de ESG

Siemens lança ressonância magnética que economiza até 40% de energia e aposta na sustentabilidade

BASF investe R$ 8 milhões para fortalecer a educação ambiental e científica e gerar renda

EXCLUSIVO: 55% das empresas paulistas acreditam que COP30 trará impacto positivo, diz Fecomercio

O ano pós tragédia: desastres climáticos no RS serão 5 vezes mais frequentes, diz estudo