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Impacto da masculinidade na alimentação e transportes impacta geração de gases causadores do efeito estufa, diz estudo francês (Reuters/Agência Brasil)
Repórter de ESG
Publicado em 21 de maio de 2025 às 10h47.
Um estudo francês realizado com 15 mil pessoas revela que homens são responsáveis por 26% a mais de emissões de gases do efeito estufa do que mulheres, devido principalmente ao consumo maior de carne vermelha e ao uso frequente de carros.
Quando levados em conta fatores como renda, educação e estilo de vida, essa diferença diminui para 18%.
Os pesquisadores destacam que o consumo de carne vermelha e o transporte individual respondem por quase toda a diferença residual, que varia entre 6,5% e 9,5%, mesmo após considerar que homens comem mais calorias e viajam distâncias maiores. A emissão gerada por viagens aéreas é semelhante entre os gêneros.
O estudo aponta que normas culturais, que associam a masculinidade ao consumo de carne e ao uso do carro, influenciam diretamente a pegada de carbono dos homens. Essa relação é complexa, já que homens costumam ter renda mais alta, fator que também está ligado a maiores emissões.
Pesquisa anterior da Suécia mostrou que homens geram 16% mais emissões por conta dos gastos em consumo, apesar dos valores financeiros serem parecidos entre os gêneros.
Em entrevista ao The Guardian, Marion Leroutier, economista ambiental do Crest-Ensae Paris e coautora do estudo, afirmou que a diferença na pegada de carbono entre homens e mulheres na França, considerando alimentação e transporte, é semelhante à diferença entre pessoas de alta e baixa renda.
Segundo ela, entre as principais ações para reduzir as emissões pessoais estão a substituição do carro a gasolina, a redução do consumo de carne e a diminuição do número de voos.
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No entanto, propostas que incentivam dietas à base de plantas e o uso menor de automóveis enfrentam resistência. Em muitas culturas, essas mudanças são vistas como um ataque à masculinidade.
O estudo sugere que a maior preocupação das mulheres com a crise climática pode estar ligada ao fato de elas terem pegadas de carbono menores, enquanto homens tendem a evitar encarar o impacto de seus hábitos.
Por fim, os autores defendem a necessidade de mais pesquisas para entender se essa maior consciência ambiental das mulheres leva a mudanças concretas no cotidiano e contribui para a redução das emissões.