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Por que o Brasil está atrás na corrida da eficiência energética?

Estratégia pode integrar descarbonização e reduzir custos para o país

O Plano Nacional de Eficiência Energética estabelece metas como a redução de 10% no consumo de energia elétrica e 43% nas emissões de GEE até 2030. (RyanJLane/Getty Images)

O Plano Nacional de Eficiência Energética estabelece metas como a redução de 10% no consumo de energia elétrica e 43% nas emissões de GEE até 2030. (RyanJLane/Getty Images)

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 14h00.

Em meio a soluções inovadoras para descarbonizar o mundo, recursos tradicionais, como a eficiência energética (EE), são frequentemente ofuscados. Contudo, otimizar o uso de energia é uma forma simples e eficaz de reduzir emissões e custos, sendo uma oportunidade de fácil alcance para a descarbonização. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a eficiência energética pode reduzir um terço das emissões globais até 2030 e economizar US$ 650 bilhões anuais.

No ranking do Conselho Americano de Economia Energética, que avalia iniciativas de EE nas 25 maiores economias do mundo, o Brasil aparece em 19° lugar, com desempenho pífio no quesito intensidade de energia do setor industrial. Estudos indicam que a eficiência energética pode gerar R$ 10 bilhões em economia para o setor industrial brasileiro até 2050, com retorno de R$ 3,40 para cada real investido. Esse alto retorno está relacionado aos ganhos com a troca de equipamentos e maquinários industriais ineficientes, com média de uso de 14 anos no Brasil.

Por que o Brasil avança tão pouco nessa frente? 

Existem múltiplos fatores, como o custo inicial elevado e a necessidade de interromper a operação para fazer a troca de equipamentos. A questão representa não só uma dor de cabeça para os clientes das indústrias, mas também um risco percebido pelos gerentes das operações, que temem a ocorrência de algum problema durante a troca de equipamento ou processo.

Além disso, os retornos associados à redução de consumo são, a princípio, incertos. É desafiador aferir ganhos (por exemplo, comparar um cenário após a medida de EE com outro que teria ocorrido sem a adoção da medida), além do ceticismo sobre a relevância da ação de EE quando esta é proposta por terceiros que são parte interessada. Adicionam-se dificuldades para conseguir financiamento barato para medidas de EE, isto porque há disputa pelo investimento com outras atividades consideradas mais prioritárias pelos gestores. Esse cenário tende a desestimular investidores a aportar recursos em projetos de EE.

Assim, políticas públicas tornam-se essenciais para superar essas barreiras de mercado. O programa ProKilowatt, na Suíça, oferece subsídios de até 30% para projetos de EE com alto impacto, enquanto na Coreia do Sul grandes consumidores industriais de energia devem realizar auditorias obrigatórias a cada cinco anos para demonstrar a implementação de melhorias. Ambas as iniciativas resultaram em reduções anuais de mais de 1% no consumo energético industrial.

No Brasil, o Plano Nacional de Eficiência Energética estabelece metas como a redução de 10% no consumo de energia elétrica e 43% nas emissões de GEE até 2030. Contudo, apenas estabelecer metas indicativas não resolve nada.

Alguns mecanismos que podem ser adotados com base em modelos bem-sucedidos, como os da Suíça e da Coreia do Sul, são as condições favoráveis de financiamento, a adoção de metas por setor e o monitoramento obrigatório. Esta abordagem pode desbloquear o vasto potencial da eficiência energética, posicionando-a como peça central de uma transição estratégica que seja ao mesmo tempo financeiramente atraente para as empresas brasileiras.

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