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Turbinas eólicas em uma fazenda no Reino Unido: com energias renováveis e bioeconomia, o futuro pode ser mais sustentável (Maria Wachala/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 5 de junho de 2025 às 11h34.
Última atualização em 5 de junho de 2025 às 11h36.
Neste Dia do Meio Ambiente, a transição energética é peça-chave rumo à descarbonização global e aproveitamento sustentável dos recursos naturais. O Brasil é líder pela sua matriz majoritariamente limpa e ao que tudo indica, a indústria nacional está intensificando seus esforços na agenda.
Uma nova pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta-feira, 5, revela que 48% das empresas do setor já investem em fontes renováveis de energia, como hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono.
O número representa um crescimento significativo em comparação a 2023, quando apenas 34% indicaram ter iniciativas voltadas à geração de energia limpa.
Entre as companhias que investiram em programas de energias renováveis, a autoprodução foi a principal estratégia adotada, representando 42% dos casos. O principal motivo para a adoção dessas alternativas é a redução de custos, apontada por 50% dos entrevistados.
O levantamento entrevistou mil executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte de todos os estados brasileiros.
"O aumento do interesse em investir em fontes renováveis demonstra que o Brasil está na vanguarda e reflete o compromisso crescente da indústria brasileira com a sustentabilidade. O avanço reforça a conscientização do setor sobre seu papel no enfrentamento das mudanças climáticas", destacou Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.
A análise regional mostra disparidades significativas na adoção de fontes limpas. O Nordeste desponta como líder, com 60% das indústrias da região investindo em projetos verdes. Na sequência aparecem Norte e Centro-Oeste, ambos com 56%, seguidos pelo Sul (53%) e Sudeste (39%).
A pesquisa também identificou um crescimento no número de empresas que enxergam as renováveis e a inovação como estratégias fundamentais para reduzir emissões. Em 2024, 25% das indústrias indicaram o uso como prioridade, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O avanço foi ainda mais expressivo no quesito inovação: o percentual de empresas que priorizam essa tecnologia rumo à economia de baixo carbono saltou de 14% para 20% entre 2023 e 2024.
Outro dado revelou que 60% das empresas demonstraram interesse em obter financiamento para adequar suas operações. Por outro lado, 9 em cada 10 indústrias alertam sobre a falta de incentivos tributários para ações sustentáveis e o acesso aos recursos é um dos grandes gargalos.
As características geográficas e climáticas colocam o Brasil em posição de destaque no cenário global de energias renováveis.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mais de 90% da matriz elétrica brasileira tem origem em fontes limpas, sendo as principais a hídrica, eólica e biomassa. Outras como o hidrogênio verde e o biometano ainda precisam ganhar escala, mas encontram solo fértil.
O país também conquistou uma posição relevante no cenário internacional ao se tornar o quinto maior produtor de energia solar do mundo, superando a Alemanha, tradicionalmente referência no setor.
As práticas sustentáveis nas indústrias brasileiras vão além da questão energética. Em média, os negócios avaliados implementam seis medidas de sustentabilidade, sendo as mais comuns:
Na área de logística reversa, 70% das médias e grandes indústrias já desenvolvem ações específicas. Para 83% dos entrevistados que investem em economia circular, essas iniciativas contribuem diretamente para a redução de gases de efeito estufa.