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Quase metade das indústrias brasileiras já usa energia renovável e Nordeste lidera, revela CNI

Novo estudo da Confederação Nacional da Indústria divulgado nesta quinta-feira, 5, mostra que 48% das empresas do setor já investem em fontes limpas como hídrica, eólica, solar e biomassa

Turbinas eólicas em uma fazenda no Reino Unido: com energias renováveis e bioeconomia, o futuro pode ser mais sustentável (Maria Wachala/Getty Images)

Turbinas eólicas em uma fazenda no Reino Unido: com energias renováveis e bioeconomia, o futuro pode ser mais sustentável (Maria Wachala/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 5 de junho de 2025 às 11h34.

Última atualização em 5 de junho de 2025 às 11h36.

Neste Dia do Meio Ambiente, a transição energética é peça-chave rumo à descarbonização global e aproveitamento sustentável dos recursos naturais. O Brasil é líder pela sua matriz majoritariamente limpa e ao que tudo indica, a indústria nacional está intensificando seus esforços na agenda.

Uma nova pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta-feira, 5, revela que 48% das empresas do setor já investem em fontes renováveis de energia, como hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono.

O número representa um crescimento significativo em comparação a 2023, quando apenas 34% indicaram ter iniciativas voltadas à geração de energia limpa.

Entre as companhias que investiram em programas de energias renováveis, a autoprodução foi a principal estratégia adotada, representando 42% dos casos. O principal motivo para a adoção dessas alternativas é a redução de custos, apontada por 50% dos entrevistados.

O levantamento entrevistou mil executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte de todos os estados brasileiros.

"O aumento do interesse em investir em fontes renováveis demonstra que o Brasil está na vanguarda e reflete o compromisso crescente da indústria brasileira com a sustentabilidade. O avanço reforça a conscientização do setor sobre seu papel no enfrentamento das mudanças climáticas", destacou Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.

Nordeste lidera os investimentos

A análise regional mostra disparidades significativas na adoção de fontes limpas. O Nordeste desponta como líder, com 60% das indústrias da região investindo em projetos verdes. Na sequência aparecem Norte e Centro-Oeste, ambos com 56%, seguidos pelo Sul (53%) e Sudeste (39%).

A pesquisa também identificou um crescimento no número de empresas que enxergam as renováveis e a inovação como estratégias fundamentais para reduzir emissões. Em 2024, 25% das indústrias indicaram o uso como prioridade, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

O avanço foi ainda mais expressivo no quesito inovação: o percentual de empresas que priorizam essa tecnologia rumo à economia de baixo carbono saltou de 14% para 20% entre 2023 e 2024.

Demanda por financiamento e incentivos

Outro dado revelou que 60% das empresas demonstraram interesse em obter financiamento para adequar suas operações. Por outro lado, 9 em cada 10 indústrias alertam sobre a falta de incentivos tributários para ações sustentáveis e o acesso aos recursos é um dos grandes gargalos.

As características geográficas e climáticas colocam o Brasil em posição de destaque no cenário global de energias renováveis.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mais de 90% da matriz elétrica brasileira tem origem em fontes limpas, sendo as principais a hídrica, eólica e biomassa. Outras como o hidrogênio verde e o biometano ainda precisam ganhar escala, mas encontram solo fértil.

O país também conquistou uma posição relevante no cenário internacional ao se tornar o quinto maior produtor de energia solar do mundo, superando a Alemanha, tradicionalmente referência no setor.

Sustentabilidade além da energia

As práticas sustentáveis nas indústrias brasileiras vão além da questão energética. Em média, os negócios avaliados implementam seis medidas de sustentabilidade, sendo as mais comuns:

  • Redução da geração de resíduos sólidos (89%)
  • Otimização do consumo de energia (86%)
  • Modernização de maquinário para ganhos ambientais (81%)
  • Redução ou eliminação da poluição da água (79%)
  • Otimização do uso da água (79%)
  • Aperfeiçoamento dos processos produtivos para melhorar o desempenho ambiental (77%)

Na área de logística reversa, 70% das médias e grandes indústrias já desenvolvem ações específicas. Para 83% dos entrevistados que investem em economia circular, essas iniciativas contribuem diretamente para a redução de gases de efeito estufa.

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