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Lembra dele? Cavalo Caramelo, resgatado nas enchentes do RS, virou símbolo das mudanças climáticas

Um ano depois das enchentes que marcaram o Rio Grande do Sul, o cavalo Caramelo, símbolo da força do povo gaúcho, vive sua recuperação e protagoniza ações que ajudam a reconstruir a região

Saiba como está o cavalo Caramelo, símbolo das enchentes no Rio Grande do Sul, hoje

Saiba como está o cavalo Caramelo, símbolo das enchentes no Rio Grande do Sul, hoje

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 1 de maio de 2025 às 15h00.

Última atualização em 1 de maio de 2025 às 17h38.

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Em maio de 2024, quando chuvas torrenciais atingiram o Estado do Rio Grande do Sul, uma imagem ajudou a mostrar a força das chuvas: um cavalo-crioulo, raça considerada patrimônio cultural desde 2002, que ficou ilhado em um telhado, cercado pelas águas.

Quem assistia à imagem não imaginava que aquele cavalo se tornaria um símbolo da resiliência do povo gaúcho diante dos eventos climáticos extremos nunca antes vistos. Só na capital do Estado, a chuva registrada para maio foi de 513,6 mm, enquanto a média para o mês é de 112,8 mm.

Um ano após as enchentes, o animal acumula mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, ganhou uma linha de brinquedos com sua imagem e conquistou o coração do país.

O cavalo Caramelo hoje vive na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele se recuperou do quadro de desnutrição e desidratação vivido durante os dias de enchente.

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Em entrevista ao G1, o veterinário responsável pelo Caramelo, Henrique Mondardo Cardoso, afirmou que, desde que chegou à universidade, o cavalo passa boa parte do tempo se alimentando. "A gente tem até que tomar cuidado com a oferta de alimento, para ele não ficar muito obeso", afirmou.

Dentro da universidade, ele se tornou uma celebridade: visitantes de todo o Brasil (e até de outros países) o acolhem e tiram fotos como uma atração turística. Os mais distantes deixam comentários nas redes sociais.

Nas publicações mais recentes, internautas escreveram:

"Fico com o coração cheio de alegria de ver o Caramelo assim, todos os animais merecem viver bem. Obrigada!", afirmou uma pessoa em uma postagem do Instagram.

Outro relatou:

"Feliz em ver o Caramelo tão bem! Obrigado a todos pela dedicação!", escreveu outro seguidor.

Em dezembro, o Caramelo foi representado ainda em uma linha de brinquedos: ele virou um bichinho de pelúcia, um quebra-cabeça e até mesmo um livro ilustrado, produzido pela companhia We Toys. Todo o lucro a partir da venda dos produtos é destinado para a reconstrução de escolas nas cidades de Muçum, Porto Alegre e Eldorado do Sul.

Resgate do cavalo Caramelo

Após dias ilhado, o resgate foi realizado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, que prestava apoio às forças gaúchas na ocasião, além de veterinários. Como o resgate contava com botes, único meio de navegação possível devido ao alto nível das chuvas, o animal precisou ser sedado para evitar que caísse na água ou virasse a embarcação.

Após o resgate, o cavalo foi levado ao hospital veterinário, onde recebeu medicação para desidratação.

Relembre as enchentes no Rio Grande do Sul

Cerca de 96% das cidades gaúchas foram atingidas pelas enchentes, seja por alagamentos, inundações ou deslizamentos de terra. Ao todo, foram 180 mortos e 25 desaparecidos, além de 800 feridos.

As cidades mais afetadas foram Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul e Roca Sales, com milhares de cidadãos deslocados e imensos danos materiais. Enquanto 615 mil pessoas foram acolhidas em casas de parentes, amigos ou abrigos das regiões, estima-se que o número de impactados seja muito maior: cerca de 2,4 milhões de pessoas tiveram que deixar seus lares, sofreram danos materiais, impactos na saúde ou enfrentaram a interrupção de serviços como luz e água.

Entre os principais impactos para o cotidiano do Estado estão: o fechamento da Rodoviária de Porto Alegre, que ficou completamente alagada em maio e precisou interromper as viagens marcadas durante um mês; o Mercado Público de Porto Alegre ficou 40 dias fechado após a inundação; o Estádio Beira-Rio, casa do Internacional, só voltou a receber uma partida após 70 dias da enchente, que atingiu tanto dentro quanto fora do local; já a Arena do Grêmio só foi reaberta após passados quatro meses das enchentes.

O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, teve 75% das suas pistas submersas, apesar de contar com 3,2 mil metros de comprimento. Os pousos e decolagens só voltaram a acontecer após cinco meses.

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