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Em 2024, o Rio de Janeiro também foi sede do G20 e candidato a sediar a COP30 (Emin Sansar/Anadolu via Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 26 de junho de 2025 às 13h00.
Última atualização em 26 de junho de 2025 às 14h36.
Visando aumentar a ambição rumo à COP30 no Brasil, o Rio de Janeiro foi escolhido para ser palco de uma série de encontros de 3 a 5 de novembro.
Dias antes da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU em Belém do Pará, a capital carioca sedia o Fórum de Líderes Locais para impulsionar a ação climática local e reúne centenas de prefeitos, governadores e líderes subnacionais de todo o mundo.
Após os três dias, a delegação viaja para Belém para conectar as discussões e formular uma agenda ambiciosa e colaborativa.
O anúncio foi feito pela presidência da COP30 e a Bloomberg Philanthropies durante a Semana de Clima de Londres e representa uma estratégia inovadora para colocar a liderança local no centro para a implementação e progresso global do Acordo de Paris.
A inspiração veio da COP28 em Dubai, quando um fórum reuniu 500 líderes de mais de 60 países e mobilizou quase US$ 470 milhões para ação climática. Desde então, mais de 70 países – representando 33% da população global – prometeram fazer parceria com governos locais para cumprir suas metas.
"Enquanto nos preparamos para a COP no coração da Amazônia, somos inspirados pelo espírito de mutirão — um esforço coletivo onde cada voz e cada nível de governança contribuem para um objetivo comum", destacou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da conferência.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, destacou a importância histórica do evento e disse que será a oportunidade mais significativa para os governos de cada região levarem suas vozes e ajudarem a definir uma agenda ambiciosa para combater a crise do clima.
O Fórum terá uma programação intensa focada em soluções práticas para um futuro mais sustentável e justo. Entre os principais eventos programados estão:
Cúpula Mundial de Prefeitos do C40: Marcando o 20º aniversário da rede, será convocada pelo prefeito de Londres, Sadiq Khan, e sediada por Eduardo Paes. O encontro reunirá prefeitos de todo o mundo, incluindo uma delegação da FNP, para apresentar progressos em energia, mobilidade, infraestrutura e soluções baseadas na natureza.
Cúpula Global de Estados e Regiões: Organizada pela Coalizão Under2, reunirá governadores e líderes regionais para demonstrar ações em setores-chave como energia renovável, transporte e uso da terra. Estados brasileiros como o Pará, anfitrião da COP30, e Rio de Janeiro participarão ativamente.
Cerimônia de Premiação de Líderes Locais: Co-organizada pelo C40 e pela Prefeitura do Rio, reconhecerá governos subnacionais que estão gerando resultados nas prioridades da COP30, com categorias para vencedores brasileiros e globais.
Earthshot Prize 2025: premiação dedicada à causa ambiental criada pelo príncipe de Gales Williams reconhece cinco projetos dedicados à busca de soluções verdes. A confirmação foi feita pelo Palácio de Kensington.
As cidades se consolidam como protagonistas da luta contra as mudanças climáticas, junto com as populações que vivem nelas.
"Para atingir as metas do Acordo de Paris, as nações devem fazer mais e mais rápido – e cidades e estados estão liderando o caminho", observou Michael R. Bloomberg.
Dan Ioschpe, Campeão Climático da COP30 e que intermedia a pauta com a sociedade civil, ressaltou esta liderança.
"Aqueles na Corrida para o Zero não estão apenas estabelecendo metas, mas estão lançando milhares de projetos climáticos e muitas vezes se movendo mais rápido do que os governos nacionais", complementou.
Jader Filho, Ministro das Cidades do Brasil, reforçou a perspectiva e disse que só haverá justiça climática se houver também justiça urbana.
"Belém precisa ser, além da COP da Floresta, a COP das Cidades", destacou Jader.
Como exemplo de integração entre políticas nacionais e locais, o Brasil foi pioneiro ao incorporar formalmente o federalismo em sua meta climática ou Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que prevê a redução de até 67% das emissões até 2035.
Com 87% de sua população vivendo em áreas urbanas, as populações estão há muito tempo na vanguarda da ação climática.
"Por mais de uma década, da Rio+20 à Cúpula de Prefeitos do Urban20 durante a Presidência do G20 do Brasil, o país tem consistentemente aumentado o papel dos líderes locais nos esforços climáticos nacionais e globais", destacam os organizadores.