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Sem transmissão, não há transição: o papel da rede na expansão da energia limpa

Por que estamos usando tecnologias de mais de 100 anos para entregar eletricidade no mundo?

GETs: tecnologias modernizam a rede elétrica para integrar mais energia renovável. (Dado Galdieri/Bloomberg)

GETs: tecnologias modernizam a rede elétrica para integrar mais energia renovável. (Dado Galdieri/Bloomberg)

Publicado em 7 de maio de 2025 às 13h41.

Última atualização em 7 de maio de 2025 às 14h25.

A transição para uma matriz energética mais limpa e renovável está ocorrendo em todo o mundo. Fontes como solar e eólica estão ganhando espaço, porém tornam necessário modernizar os sistemas de transmissão.  Não à toa que o mote americano “no transition without transmission” tem ganhado força entre especialistas em energia. Ou seja, de nada adianta gerar energia renovável se não for possível transmiti-la para os consumidores.

Muitas das tecnologias usadas em redes de transmissão foram desenvolvidas há mais de 100 anos. Elas foram eficazes por muito tempo, mas não foram pensadas para lidar com a realidade atual, com fontes renováveis que dependem de condições incertas, cuja produção muda com o clima, a hora e a estação do ano. Sem uma rede capaz de se adaptar rapidamente, teremos desperdícios, sobrecargas e instabilidade. Por isso, surgem como alternativa as chamadas Grid Enhancing Technologies (GETs).

As GETs são soluções modernas de hardware e software que tornam a rede mais flexível, eficiente e resiliente aproveitando melhor a infraestrutura existente e reduzindo a necessidade de construir novas linhas.

Entre os principais exemplos de GETs estão:

  • Dynamic Line Rating (DLR): ajuste em tempo real da capacidade de transmissão das linhas com base em condições climáticas, como temperatura e vento, permitindo transportar mais energia com segurança;
  • Cabos de alta capacidade: substituição de cabos antigos por modelos mais novos, que transportam mais energia com menos perdas, sem trocar torres ou abrir novas faixas de terra;
  • HVDC (Corrente Contínua de Alta Tensão): ideal para longas distâncias, permite transmitir grandes blocos de energia, como a gerada no Norte do Brasil, para os centros consumidores;
  • FACTS (Sistemas Flexíveis de Transmissão): tecnologias baseadas em eletrônica de potência que melhoram o controle da rede e aumentam a capacidade de transmissão de energia;
  • Sistemas de Armazenamento de Energia (Baterias): armazenam e consomem a energia gerada em determinados momentos permitindo reduzir congestionamentos na rede, melhorar a estabilidade do sistema e diminuir a necessidade de construção de novas linhas.

Vários países já estão aplicando essas GETs com bons resultados. A Bélgica, por exemplo, modernizou várias linhas de transmissão com cabos avançados. Na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, a troca para esses cabos avançados foi concluída em apenas oito semanas, mostrando que o “recondutoramento” pode ser uma solução rápida e eficaz.

Já no Brasil, além dos HVDCs já existentes, estamos começando a dar os primeiros passos nessas novas tecnologias. Em 2024, por exemplo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou o uso de tecnologias FACTS para a região de São Paulo, e cabos de alta capacidade já estão sendo usados em alguns projetos nacionais.

Modernizar a rede de transmissão é essencial para viabilizar a transição energética, e as GETs oferecem soluções mais rápidas, econômicas e sustentáveis de modernização. Sem elas, o caminho para uma matriz energética limpa, segura e acessível ficará muito mais difícil.

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