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A principal causa da acidificação dos oceanos é a absorção do dióxido de carbono (CO2), emitido pela queima de combustíveis fósseis (AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 10h03.
O nível de acidificação dos oceanos superou o limite compatível com ecossistemas estáveis e sustentáveis, excedendo sete dos nove 'limites planetários', afirmou o instituto de pesquisa que realiza essas medições nesta quarta-feira (24).
Em 2009, cerca de trinta pesquisadores definiram o conceito de 'limites planetários' em um artigo intitulado 'Um espaço seguro para a humanidade'. Naquela época, eles estimavam que a humanidade havia "ultrapassado pelo menos três limites planetários".
COP30: acesse o canal do WhatsApp da EXAME sobre a Conferência do Clima do ONU e saiba das novidades!Deste então, os informes anuais do Instituto de Investigação do Clima de Potsdam (PIK) tem mostrado uma degradação contínua. O informe de 2025 indica que acaba de ser superado o limite da "acidificação dos oceanos".
"O oceano está acidificando, o que ameaça a vida marinha e nos leva a condições perigosas, com uma tendência que segue piorando", escreveram seus pesquisadores.
Ainda que a acidez seja medida pelo pH, a referência para este limite é a concentração de aragonita, um mineral indispensável para a vida dos corais e dos animais marinhos com concha. Quanto mais ácido o oceano, mais a aragonita se desintegra.
O limite mínimo foi fixado em 80% de concentração na era pré-industrial. E os oceanos caíram abaixo desse nível.
"O pH na superfície do oceano já diminuiu aproximadamente 0,1 desde o início da era industrial. Isso equivale a um aumento da acidez entre 30% e 40%", apontaram os cientistas.
"Esta mudança ameaça os organismos que formam conchas ou esqueletos de carbonato de cálcio, como os corais, moluscos ou espécies cruciais de plâncton. O desaparecimento progressivo destes organismos pode alterar a cadeia alimentar", explicaram.
A principal causa da acidificação dos oceanos é a absorção do dióxido de carbono (CO2), emitido pela queima de combustíveis fósseis.
Os outros seis limites amplamente ultrapassados se referem às alterações climáticas, ao desmatamento, à perda de biodiversidade, à proliferação de produtos químicos sintéticos (incluindo plásticos), à escassez de água doce e ao equilíbrio do ciclo do nitrogênio (insumos agrícolas).
Os dois limites planetários que ainda não foram superados são os aerossóis na atmosfera (poluição do ar) e o nível de ozônio na estratosfera.