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Técnica da 'roça sem fogo' ganha espaço em comunidades rurais do Pará

Programa do Sebrae capacita agricultores para o manejo adequado do solo e já aumentou a produtividade de culturas em até 400%

A "roça sem fogo" substitui o tradicional método de corte-queima por técnicas de manejo do solo (Leandro Fonseca /Exame)

A "roça sem fogo" substitui o tradicional método de corte-queima por técnicas de manejo do solo (Leandro Fonseca /Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 24 de agosto de 2025 às 14h17.

Agricultores familiares e indígenas de Paragominas, no sudeste do Pará, estão adotando práticas agrícolas que dispensam o uso de fogo para preparar o solo. A técnica, executada pelo programa Sustenta e Inova do Sebrae/PA, já capacitou cerca de 200 produtores rurais e registra aumentos significativos na produção agrícola.

O programa atua em oito cadeias produtivas: mandioca, mel, piscicultura, fruticultura, leite, bovinocultura e avicultura, focando na conservação da biodiversidade e redução do desmatamento.

A "roça sem fogo" substitui o tradicional método de corte-queima por técnicas de manejo do solo, consórcio de culturas e uso de plantas de cobertura. Segundo dados do programa, a produção agrícola duplicou no período de implementação, com destaque para mandioca e grãos, que tiveram aumento de 400%.

Resultados na produção

Produtos como farinha de mandioca e mel, antes comercializados informalmente, agora são legalizados e chegam a supermercados e programas institucionais. O programa oferece capacitação, consultoria e acompanhamento técnico durante dois anos para 20 agroindústrias, além de capacitar 200 produtores em gestão e marketing.

Entre os resultados observados estão a redução do uso do fogo, recuperação do solo e diversificação de alimentos, com o cultivo de novos produtos.

Desafios na implementação

Maria Peniche, coordenadora do Fórum Paragominas, explica que o processo exige adaptação às características de cada solo. "O projeto trouxe alternativas ao fogo, mas cada comunidade tem um solo diferente, exige persistência e acompanhamento técnico", afirma. Ela menciona gargalos como falta de regularização fundiária e acesso a crédito.

Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae/PA, ressalta que "o grande papel do Sebrae é mostrar que é possível ter retorno financeiro e responsabilidade socioambiental. Negócios de impacto estão sendo estruturados para resolver demandas sociais e ambientais do território", conta.

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