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A Umgrauemeio já monitora mais de 17 milhões de hectares no Brasil, entre florestas e áreas agrícolas (Patricia de Melo Moreira/AFP)
Repórter de ESG
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 13h52.
Um novo projeto vai utilizar inteligência artificial para monitorar em tempo real incêndios florestais na Amazônia. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a ZEG Florestal, unidade de negócios do Grupo Capitale Energia, e a climatech brasileira Umgrauemeio, que usa IA para prevenção de incêndios florestais e agrícolas.
O Projeto REDD+ Vale do Rio Branco protege 14.049 hectares de vegetação nativa em Roraima — área equivalente a 89 parques do Ibirapuera — e se torna o primeiro REDD+ do país a adotar monitoramento em tempo real contra incêndios florestais. A região está sob forte pressão de desmatamento e enfrenta alto risco de incêndios, o que torna a tecnologia essencial para a conservação.
A tecnologia Pantera, desenvolvida pela Umgrauemeio, utiliza câmeras de alta resolução instaladas em torres de comunicação. O sistema detecta focos de incêndio em segundos e aciona imediatamente os protocolos locais de combate. O diferencial é que o monitoramento vai além dos limites da área de conservação, incluindo a área urbana de Caracaraí (RR), o que amplia a segurança e beneficia as comunidades do entorno.
O Pantera faz parte de uma estratégia mais ampla da ZEG que inclui compartilhamento de informações, investimento em infraestrutura de combate a incêndios e capacitação de brigadas internas e comunitárias.
A parceria responde a uma demanda crescente de compradores internacionais de créditos de carbono, que exigem projetos com rastreabilidade, transparência e auditoria independentes. Todos os dados gerados pelo sistema serão disponibilizados em uma Plataforma de Transparência, reforçando a credibilidade.
"O fogo é um vetor central da crise climática e nosso trabalho é justamente usar tecnologia para agir antes que ele se alastre. Estamos endereçando com robustez, por meio do uso de inteligência artificial, um risco que atualmente as metodologias não nos obrigam a fazer", explica Fernando Ferraz, diretor técnico da iniciativa na ZEG. "É por isso que este projeto é um modelo para o mercado. A implantação em Roraima é estratégica, tanto pela biodiversidade presente, quanto pelo risco crescente de incêndios na região."
Carlos Jacob, Diretor Executivo da ZEG, defende que a conservação florestal precisa evoluir, não ser abandonada. "A ZEG Florestal nasceu com o propósito de contribuir com o resgate da credibilidade dos projetos de conservação no mercado de carbono. Por isso, é fundamental que atuemos como um agente provocador, impulsionando o desenvolvimento de soluções de ponta para projetos florestais", afirma.
Jacob ressalta que o desmatamento é a principal fonte de emissões do Brasil e que o projeto foi desenhado justamente para evitar o desmatamento legal, enfrentando os principais gargalos apontados pela crise de reputação do REDD+ nos últimos anos. "Precisamos evoluir os modelos, não abandoná-los. A conservação florestal é urgente, sobretudo em áreas sob alta pressão como as que escolhemos atuar."
A Umgrauemeio já monitora mais de 17 milhões de hectares no Brasil, entre florestas e áreas agrícolas. Tiago Menezes, CEO da Umgrauemeio, conta que o propósito da empresa é trazer tecnologia e experiência a serviço do campo, das florestas e das comunidades. "Queremos ampliar nossa escala por meio de parcerias como esta, que permitem trazer nossa solução na linha de frente como alternativa aos desafios trazidos pelas mudanças climáticas e, assim, reduzir os danos causados por incêndios florestais e suas emissões de CO₂."
A parceria se alinha à agenda global de enfrentamento à emergência climática e ao avanço do modelo REDD+, que incorpora aprimoramentos em governança, rastreabilidade e integridade. Com essa iniciativa, o Projeto Vale do Rio Branco se posiciona como referência para uma nova geração de projetos florestais no mercado voluntário de carbono.