ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Transição energética e financiamento para a bioeconomia: veja os destaques da semana em ESG

De menor emissão de combustíveis fósseis na Europa ao aumento do voulme do biodisel no Brasil; veja os temas que movimentaram a agenda ESG nesta semana

Alternativa aos fósseis: energias renováveis precisam triplicar para ajudar a conter aquecimento (Getty Images/Getty Images)

Alternativa aos fósseis: energias renováveis precisam triplicar para ajudar a conter aquecimento (Getty Images/Getty Images)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 3 de fevereiro de 2024 às 08h10.

Para acelerar a adoção de práticas de sustentabilidade, empresas privadas estão desenvolvendo projetos atrativos para investidores, como o Mecanismo de Financiamento anunciado pela fabricante de cosméticos Natura, na última segunda-feira. Outra forma é por meio da mobilização de mais companhias junto aos orgãos públicos, como pretende a Salesforce na frente de reflorestamento, de acordo com o CEO, Fabio Costa.

Com a pauta da transição energética em alta, alguns resultados começam a aparecer, como a retração de 8% nas emissões de combustíveis fósseis em comparação aos níveis de 2022. Isto é, os menores níveis desde o início da década de 1960. Além disto, o aumento do volume do biodisel no Brasil e dos investimentos em transição são alguns dos destaques da semana. Veja a seguir.

Com novo mecanismo de financiamento, Natura quer estimular a bioeconomia e evitar os atravessadores

A fabricante de cosméticos Natura anunciou nesta segunda-feira o inicio da operação do Mecanismo de Financiamento “Amazônia Viva”, projeto de financiamento híbrido desenvolvido pela companhia, em parceria com a VERT Securitizadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

A iniciativa começa com dez cooperativas e associações agroextrativistas na Amazônia, impactando os meios de vida de mais de 1.800 famílias na região. A fase piloto da iniciativa conta com o aporte inicial de R$ 6 milhões da Natura, além de investimentos da Good Energies Foundation e do Fundo Vale, que totalizam R$ 12 milhões, sendo metade por meio de certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) e a outra, através de um fundo de recursos não-reembolsáveis (filantrópico). Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade da Natura &Co América Latina, explicou os detalhes à EXAME.

Reflorestamento e uso de dados: como a Salesforce quer ajudar no sequestro de carbono no Brasil

Em parceria com o Fórum Econômico Mundial, a Salesforce lançou em janeiro de 2020 a iniciativa One Trillion Trees, com o objetivo de plantar ou conservar um trilhão de árvores no mundo até 2030. A companhia também criou o Earthforce, um grupo para que os funcionários pudessem direcionar seus esforços para questões ambientais. 

Entre os objetivos das ações de sustentabilidade da Salesforce está o de alcançar a neutralidade de carbono nas operações até 2025 e usar 100% de energia renovável até 2030. Para Fabio Costa, CEO da Salesforce no Brasil, o alcance da meta depende das ações internas, e também do poder da companhia em engajar parceiros, incluindo os governos do países nos quais a Salesforce atua. Assim, na última segunda-feira, o CEO participou do evento Fomentando o Financiamento e a Colaboração para a Restauração da Natureza Brasileira, organizado em parceria com a Natura e o Word Resources Institute no Brasil (WRI Brasil), think tank focado em estudos ambientais.

Na ocasião, empresários e representantes do governo, como a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, discutiram como acelerar as práticas de proteção das florestas, reduzir o desmatamento, e aumentar as áreas preservadas no país. Em seguida, Costa falou à EXAME.  

Olha o biogás: Ultragaz inicia distribuição de GLP feito de óleo de soja

Ultragaz, companhia que atua com distribuição de gás para domicílios e empresas, inicia a distribuição de bioGLP, uma alternativa renovável ao “gás de botijão”. Ao contrário do GLP tradicional feito a partir de gás liquefeito de petróleo, o bioGLP é feito de óleo de soja. A iniciativa é uma parceria com a Refinaria Riograndense (RPR), antes Refinaria de Petróleo Ipiranga. 

"Hoje o GLP alcança praticamente 100% dos municípios brasileiros, sendo considerada a fonte energética de alcance, e com importante papel na transição energética em vários setores industriais, por chegar em lugares que o gasoduto e a eletricidade não alcançam. Assim, o GLP é uma fonte de energia para vários consumidores industriais e comerciais substituindo combustíveis pesados de alta emissão como óleo e lenha”, afirma Aurelio Ferreira, diretor de marketing e experiência do cliente da Ultragaz em entrevista à EXAME

União Europeia tem a menor emissão a partir de combustíveis fósseis em 60 anos

O ano de 2023 na União Europeia (UE) teve um marco importante: foi alcançado o menor nível de emissões de dióxido de carbono gerado a partir de combustíveis fósseis. A retração foi de 8% em comparação aos níveis de 2022. A UE atingiu os menores níveis desde o início da década de 1960.

De acordo com relatório do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo (Crea), trata-se da maior queda anual registrada após 2020, quando fábricas foram fechadas e voos suspensos por conta da pandemia de covid-19.

Volume de biodiesel aumenta quase 20% e atinge recorde em 2023

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que 7,34 bilhões de litros de biodiesel foram entregues pelas empresas às distribuidoras em 2023. O volume é recorde e representa aumento de cerca de 20% em relação a 2022 e 7,7% acima do número de 2021, quando foi registrado o melhor desempenho histórico.

A performance tem relação com o aumento da mistura no diesel fóssil, de 10% para 12% (B12), anunciada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no início do ano passado. Em meados de dezembro, o conselho decidiu antecipar o cronograma e aumentar o teor de adição de 12% para 14% a partir de março. Com a medida, a previsão é chegar a 15%, teto previsto na legislação atual, em março de 2025.

Brasil investe mais de 30 bilhões de dólares em transição energética em 2023, diz BloombergNEF

Brasil é o quinto país entre as dez principais economias para investimento em transição energética e, de acordo com a pesquisa Energy Transition Trends 2024 da organização de pesquisas sobre mercados globais, BloombergNEF (BNEF), foram investidos US$ 34.8 bilhões em energia renovável e captura e armazenamento de carbono (do inglês, carbon capture and storage ou CCS) durante 2023. 

Também estão na lista de investimento relevantes em soluções de transição energética, países como: China, EUA, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Japão, índia e Itália. A China, por exemplo, lidera com US$ 676 investidos em 2023, correspondendo a quase 40% do total global. Mas quando consideradas conjuntamente, os EUA, o Reino Unido e a União Europeia totalizam US$ 718 bilhões. Já o investimento global alcançou a marca de US$ 1,77 trilhão.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaNaturaSalesforceSustentabilidade

Mais de ESG

Centro de Oceanos da ONU é lançado no Brasil com foco na segurança de trabalhadores da economia azul

Consórcio Amazônia Legal espera COP30 focada na geração de riqueza para povos da floresta

Pesquisadores detectam evento sem precedentes no Golfo do Panamá e alertam para impactos climáticos

Alemanha antecipa em três anos meta de redução de energia à base de carvão