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Uma hidrelétrica causa tensões entre o Egito e a Etiópia

Conheça os conflitos decorrentes da construção de uma grande barragem no alto rio Nilo

Água em disputa: mais de 300 novos conflitos ligados aos direitos da água foram identificados em 2024 (PSR/Divulgação)

Água em disputa: mais de 300 novos conflitos ligados aos direitos da água foram identificados em 2024 (PSR/Divulgação)

Publicado em 25 de julho de 2025 às 15h40.

Última atualização em 25 de julho de 2025 às 16h01.

Mais de 300 novos conflitos ligados aos direitos da água foram identificados em 2024, em relação a eventos do mesmo tipo contabilizados até o ano anterior, em todos os continentes, de acordo com o Water Conflict Chronology .

O conflito entre a Etiópia e o Egito, por exemplo, se iniciou em 2011 com o anúncio da construção da Grande Barragem do Renascimento Etíope (GERD), no Rio Nilo, cujas nascentes estão localizadas nos lagos Vitória (Uganda) e Tana (Etiópia), de onde segue por 11 países até o norte da África. Com o objetivo principal de gerar energia em um vale profundo, o projeto possui uma barragem principal de 145 metros de altura e 1,7 km de comprimento, além de uma barragem auxiliar, de cerca de 5 km de comprimento e 50 m de altura.

Se por um lado, com , a GERD tende a fornecer eletricidade para os etíopes e para toda região do Chifre da África; por outro, o empreendimento pode prejudicar os países a jusante, em especial afetando a economia agrícola do Egito, que depende do Nilo para atendimento de 97% de sua demanda hídrica.

Antes do início do conflito, em 2010, cinco países a montante do Rio Nilo, entre eles Uganda, Tanzânia e Etiópia, assinaram o Acordo de Entebbe, que estabelece os princípios, direitos e deveres para o desenvolvimento dos recursos hídricos da região. Após extensas negociações, o acordo entrou em vigor em 2024. Entretanto, mesmo com o início das operações da GERD em 2022, o acordo não é reconhecido pelo Egito, que se baseia em seus direitos históricos.

A escalada de guerras no mundo nos leva a crer que um conflito armado entre Egito e Etiópia é uma possibilidade, mesmo que não iminente. Organizações internacionais têm buscado soluções para evitá-lo, com a proposta da Convenção das Nações Unidas sobre os Cursos de Água Internacionais, da qual Egito e Etiópia fazem parte. Entretanto, ela não tem sido seguida pelos países, que apresentam suas justificativas para o uso da água de acordo com seus interesses.

É necessário buscar uma solução consensual para dar segurança à região, não apenas hídrica e energética, mas também visando evitar conflitos armados, que põem em risco a vida da população de toda a região. Se hoje a disputa é pelo uso da água, em pouco tempo o controle desse recurso pode se tornar uma arma de guerra, como já visto em outros conflitos.

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