Gabriel Bortoleto, piloto brasileiro da Fórmula 1: “A expectativa é de muito aprendizado e progresso” (Morgan Hancock/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 15 de março de 2025 às 12h51.
Última atualização em 15 de março de 2025 às 13h06.
O piloto Gabriel Bortoleto, de 20 anos, faz sua estreia na Fórmula 1 com o pé direito. Neste fim de semana, ele compete no GP da Austrália, em Melbourne, e já conseguiu uma colocação na primeira corrida de classificação.
O brasileiro, que promete ser a esperança de retorno do Brasil às pistas, conquistou neste sábado a 15ª posição no grid de largada para a prova deste domingo, às 13h. Representando a Kick Sauber, ele se torna o primeiro brasileiro no grid da categoria desde Felipe Massa e conquista o 15º lugar no GP da Austrália. No topo da lista, estão McLaren, Norris e Piastri.
Bortoleto faz parte de um grupo de seis pilotos que estão estreando na temporada de 2025: Liam Lawson (Red Bull Racing), Andrea Kimi Antonelli (Mercedes), Jack Doohan (Alpine), Oliver Bearman (Haas), Isack Hadjar (Racing Bulls) e Gabriel Bortoleto (Kick Sauber). Todos são jovens talentosos, mas o brasileiro possui um currículo diferenciado.
Nascido em São Paulo, o piloto começou sua trajetória no automobilismo aos sete anos, por meio do kart, e logo se destacou nos campeonatos locais. Quatro anos depois, iniciou sua série de vitórias nos campeonatos internacionais na Europa, assim como seu ídolo, o tricampeão mundial Ayrton Senna. Desde então, Bortoleto chamou a atenção em todas as categorias por onde passou.
Adquiriu experiência na Fórmula 4 italiana e na Fórmula Regional em 2021 e 2022. Seu desempenho chamou a atenção da empresa A14, de Fernando Alonso (duas vezes campeão mundial de F1), e a partir desse momento, sua carreira decolou.
Bortoleto conquistou com maestria o título da Fórmula 3 e o bicampeonato da Fórmula 2, após vencer as temporadas de 2023 e 2024. Nesta última, além do troféu do mundial de pilotos, ele também registrou uma corrida histórica.
Na prova do Circuito de Monza, na Itália, ele começou a corrida em último lugar no grid e terminou na primeira colocação.
"A melhor corrida da minha vida acabou de acontecer, de P22 para P1, na principal corrida da Fórmula 2, em Monza. Estou muito feliz, obrigado à equipe e a todos que me apoiaram neste fim de semana, depois de uma sexta-feira difícil. Poder terminar o fim de semana assim, com 25 pontos na tabela, é simplesmente magnífico. Então, obrigado a todos”, disse Bortoleto em entrevista à FIA após a corrida.
Após o feito, seu nome começou a ser ventilado para completar o grid da Fórmula 1 em 2025. No entanto, a situação de Bortoleto não era fácil devido ao seu contrato de desenvolvimento com a McLaren, assinado após sua vitória no título da Fórmula 3. Com a dupla Lando Norris e Oscar Piastri consolidada na McLaren, Bortoleto teria que aguardar por uma oportunidade.
Rumores sobre uma possível oferta da Kick Sauber começaram a circular nos bastidores. Em pouco tempo, eles se concretizaram e, com a aprovação dos chefes da McLaren, Bortoleto assinou sua transferência para a equipe comandada por Mattia Binotto, ex-chefe da Ferrari entre 2019 e 2022.
Com números impressionantes e uma postura respeitável, Bortoleto criou ao longo de sua carreira uma imagem positiva e admirada no universo do automobilismo. Assim, ele se tornou um forte nome para marcas que desejam se aproximar do novo público da F1. Este é um dos esportes que mais ganham fãs entre a geração Z (nascidos entre 1997 e 2012), tanto no Brasil quanto no mundo.
O interesse de grandes marcas em seu nome é importante para o sucesso da sua nova fase, que começa neste ano.
Atualmente, ele conta com quatro patrocinadores pessoais: Banco BRB (parceiro desde a Fórmula 2) e KitKat, que já anunciaram patrocínios para sua estreia na F1, mas em breve, outros anúncios podem ser feitos. As marcas fazem parte de uma meta projetada pelo piloto, sua equipe e a escuderia.
“Existe uma meta que estamos muito próximos de alcançar. Meu time e a equipe limitaram o número de patrocinadores que representaremos este ano. É muito importante manter o foco principal nas pistas e entregar o melhor resultado nelas. Sabemos que 80% do meu tempo é focado em trabalho na fábrica e na equipe, e 20% é dedicado às ativações que devem ser feitas da melhor forma para os patrocinadores”, diz Bortoleto.
Para atrair patrocinadores, Bortoleto aposta em uma fórmula simples e bem-sucedida. Para ele, o importante é ser ele mesmo.
“Acredito que devemos ser nós mesmos, tento ser o mais natural possível e mostrar transparência. O público do automobilismo e os fãs gostam de saber quem eu realmente sou e meus objetivos”, afirma.
Fiel a essa estratégia, ele viu o interesse em sua imagem crescer na Fórmula 2, mas entende que ser o único brasileiro a representar o país na Fórmula 1 também gera mais atenção. Com isso, segue trabalhando dentro e fora das pistas para continuar atraindo patrocinadores e conquistando o carinho do público.
“A expectativa é de muito aprendizado e progresso. Será uma temporada longa e um projeto muito importante. Quero estar pronto nos momentos certos para entregar bons resultados”, diz.