Repórter
Publicado em 5 de março de 2025 às 17h05.
A Fifa destinará um total de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,8 bilhões, conforme a cotação atual) em premiações para os times participantes do Mundial de Clubes, que acontecerá nos Estados Unidos entre 14 de junho e 13 de julho deste ano. A informação foi revelada por uma fonte envolvida nas negociações à AFP nesta quarta-feira.
Esse montante supera os valores pagos nas últimas edições da Copa do Mundo, tanto no torneio masculino quanto no feminino.
Apesar de não divulgar muitos detalhes sobre o financiamento da primeira edição do Mundial de Clubes com 32 equipes, a Fifa já garantiu contratos com patrocinadores e uma emissora. Em dezembro, a plataforma de streaming britânica DAZN adquiriu os direitos exclusivos de transmissão global da competição, em um acordo avaliado em cerca de 1 bilhão de euros (R$ 6,2 bilhões), segundo fontes próximas às negociações.
Além disso, a entidade fechou parcerias com grandes marcas como Coca-Cola, Bank of America, a fabricante chinesa de eletrônicos Hisense e a cervejaria belga AB InBev.
Para comparação, a Copa do Mundo masculina de 2022, disputada no Catar, distribuiu 440 milhões de dólares em prêmios, enquanto a edição feminina de 2023, realizada na Austrália e Nova Zelândia, contou com um total de 110 milhões de dólares. Já a atual Liga dos Campeões da Uefa, agora com 36 clubes, oferecerá 2,47 bilhões de euros (R$ 15,45 bilhões) aos times participantes.
A ampliação do Mundial de Clubes tem gerado forte oposição, especialmente na Europa, por preocupações com a sobrecarga de partidas e o desgaste dos jogadores. A FIFPro, sindicato global dos atletas, e a Associação das Ligas Europeias chegaram a apresentar uma queixa contra a Fifa à Comissão Europeia em outubro, acusando-a de abusar de sua posição dominante ao ampliar ainda mais o calendário.
A Uefa também modificou a Liga dos Campeões nesta temporada, e alguns jogadores, como Rodri, vencedor da Bola de Ouro, e Virgil van Dijk, capitão do Liverpool, manifestaram preocupação com o excesso de compromissos. Rodri chegou a sugerir que uma greve poderia ocorrer.
"Acho que estamos perto disso. Se perguntar a qualquer jogador, ele dirá o mesmo", afirmou Rodri em setembro, pouco antes de sofrer uma lesão no joelho que encerrou sua temporada. "Não é só a minha opinião. Acho que é a opinião geral dos jogadores."
O novo formato do Mundial de Clubes contará com 12 equipes da Europa, seis da América do Sul e quatro representantes de cada uma das seguintes regiões: Ásia, África e América do Norte e Central. A competição também incluirá o Auckland City e o Inter Miami, de Lionel Messi.
No entanto, nem todas as reações foram negativas. Luis Enrique, técnico do Paris Saint-Germain, elogiou a novidade:
“A cada quatro anos, teremos essa competição empolgante. Todos querem jogar o Mundial de Clubes”, declarou ele no ano passado.
O torneio será realizado em 12 estádios de 11 cidades americanas, com a grande final programada para o MetLife Stadium, em Nova Jersey, que também sediará a decisão da Copa do Mundo de 2026.