Redação Exame
Publicado em 3 de março de 2025 às 08h00.
Neste ano, Internacional e Grêmio iniciaram o processo de implementação definitiva do sistema de reconhecimento facial em seus estádios, conforme aponta a Lei Geral do Esporte, que entrou em vigor em 2023. Os clubes adotaram a tecnologia de maneira gradual, com objetivo de apresentar o aparato em 100% dos portões nos próximos meses. Com a implementação definitiva do modelo de acesso nos dois times da capital gaúcha, nove dos 12 maiores times do Brasil passam a contar com o material.
A Imply, empresa de controle de acessos com reconhecimento facial, apresenta parceria tanto com o Colorado quanto com o Tricolor Gaúcho. A companhia já processou 10 milhões de ingressos e gerenciou milhares de eventos esportivos e culturais, com 31% de participação na Série A do Campeonato Brasileiro e prestação de serviços para mais de 1.800 eventos culturais e atrações premiums.
“A biometria facial exerce um papel essencial na modernização dos clubes brasileiros. Cartões, papéis e celulares deixam de ser necessários e a liberação é feita em menos de um segundo. É uma tecnologia inovadora, que possibilita mais conforto para os fãs”, diz Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply. A empresa também está presente em diversas outras arenas do país, como Arena Independência, Arena MRV, Ilha do Retiro, Ligga Arena e São Januário.
Victor Grunberg, vice-presidente do Internacional, comenta sobre as vantagens da ferramenta: “Entendo que a medida de tornar obrigatório o reconhecimento facial para estádios acima de 20 mil pessoas é extremamente válida. É uma forma eficaz de controle de segurança, porque é possível identificar todas as pessoas que estão ali e evitar que esteja num evento privado, que é o futebol, pessoas que têm um conflito com a lei e que potencialmente podem causar problemas dentro do estádio”.
Entre as grandes equipes do principal esporte nacional, Palmeiras, Santos, Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo, Botafogo, Atlético-MG, Grêmio e Internacional contam com a tecnologia de reconhecimento facial em seus estádios para o ano de 2025. Apenas São Paulo, Corinthians e Cruzeiro pertencem ao hall de clubes brasileiros que já levantaram a taça do Brasileirão e ainda não disponibilizam o formato de acesso aos seus torcedores.
“Com a introdução de tecnologias como o reconhecimento facial, o acesso aos estádios passa a ser mais seguro e rápido, trazendo mais conforto e aprimorando a experiência dos fãs”, comenta Vitor Roma, CEO da Keeggo, consultoria de tecnologia.
Todos os quatro times que subiram para a Série A na última temporada - Sport, Santos, Mirassol e Ceará - e também todos os rebaixados - Criciúma, Cuiabá, Atlético-GO e Athletico - contam com a tecnologia de reconhecimento facial.
O Sport concluiu a implementação de 100% da tecnologia com reconhecimento facial na Ilha do Retiro. Atualmente, nenhum torcedor do Rubro-Negro entra na Ilha do Retiro sem passar pelo aparato, com ingresso pessoal e intransferível. No total, são 53 pontos de acesso distribuídos em 10 portões do estádio.
“Começamos a introdução da biometria facial de forma experimental em 2023, na Ilha do Retiro. O sistema foi muito bem recebido por nossa torcida, que sentiu mais segurança ao entrar no estádio, e também por nós, que vimos o cambismo diminuir, devido aos ingressos serem ligados ao rosto do comprador e, assim, intransferíveis”, conclui Yuri Romão, presidente do Sport.
No mesmo sentido, Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, único time do Estado do Mato Grosso na Série B do Brasileirão, conta sobre o uso da biometria facial para o acesso dos fãs e explica sobre os benefícios do sistema: “A introdução desse mecanismo faz parte do nosso plano de evolução para o Cuiabá. Até agora, tem sido uma mudança positiva, o que nos deixa extremamente satisfeitos”, ressalta.
Todos os times da região Nordeste presentes na elite do futebol brasilero - Fortaleza, Ceará, Vitória, Bahia e Sport - já anunciaram sobre a implementação do sistema. Trata-se da única região que estará 100% alinhada com a determinação da Lei Geral do Esporte na Série A de 2025. Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, disserta sobre a tecnologia.
“De acordo com a Lei Geral do Esporte, a partir de 2025, os estádios que apresentam capacidade de mais de 20 mil lugares terão que adquirir o reconhecimento facial. O Fortaleza irá seguir a determinação e contará com a tecnologia ainda neste ano”, afirmou o CEO do Fortaleza, Marcelo Paz.
Entre os grandes times do Brasil, o Palmeiras foi o primeiro a implementar a tecnologia em todo o estádio. Depois de enfrentar vários problemas com cambistas no ano de 2022, o Alviverde apresentou o formato como forma de resolver essa questão em 2023. A medida foi muito bem aceita pela torcida Alviverde e, após testes em alguns setores da casa palestrina, o aparato é utilizado em todos os portões do Allianz Parque.
“Devido à sua tecnologia de coletar dados automatizados, o reconhecimento facial se tornou fundamental para garantir a segurança dos torcedores nos estádios, pois auxilia administradores e clubes a reduzir os índices de violência e do comércio ilegal, ao identificar antigos infratores e atrelar os ingressos à biometria”, explica Renê Salviano, especialista em gestão esportiva e CEO da Heatmap.
No Rio de Janeiro, todos os clubes grandes - Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo - já implementaram o sistema de reconhecimento facial para o acesso aos jogos. Entre as vantagens oferecidas pelo modelo está a segurança gerada para os torcedores. Por exemplo, no estádio do Palmeiras, dezenas de procurados pela Justiça já foram identificados com o auxílio da ferramenta e presos.
“Empresas e times vêm adotando novos mecanismos que melhoram a experiência do torcedor nos estádios. O reconhecimento facial é apenas o início desta tendência, em que todos são beneficiados”, celebra Henrique Borges, CEO da Somos Young, companhia que utiliza tecnologia de ponta para fazer o atendimento a sócio-torcedores de clubes como Cruzeiro e Coritiba.