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Reconhecimento facial nos estádios passa a ser obrigatório no retorno do Brasileirão 2025

A partir de julho, o reconhecimento facial se torna obrigatório nos estádios do Brasileirão, com investimentos superiores a R$ 100 milhões

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 11 de julho de 2025 às 10h35.

A partir do dia 12 de julho, quando efetivamente o Campeonato Brasileiro retornar após a pausa para a Copa do Mundo de Clubes, passa a ser obrigatória a utilização de reconhecimento facial para o acesso de torcedores nos estádios do Brasil, com capacidade superior a 20 mil lugares, conforme a Lei Geral do Esporte (Lei 14.597/2023).

Nos últimos anos, muitas agremiações começaram a fazer as primeiras instalações deste modelo, de forma parcial nas arenas, justamente para testar a nova tecnologia, sempre com o auxílio de uma empresa contratada.

Uma delas é a Imply, principal companhia deste segmento na América Latina, já presente em outros nove estádios das séries A e B, como Arena Independência (América-MG), Beira-Rio (Internacional), Ilha do Retiro (Sport), Ligga Arena (Athletico), São Januário (Vasco), Alfredo Jaconi (Juventude), Casa de Apostas Arena Fonte Nova (Bahia), Arena Castelão e Presidente Vargas (Fortaleza, Ceará).

Com clientes como Conmebol e FIFA, a empresa foi pioneira na venda de ingressos pela internet para o futebol em 2007. Somente em 2024, foram 10 milhões de ingressos vendidos e 424 jogos operados, com 19 clubes e seleções atendidos.

“O reconhecimento facial tem sido um divisor de águas para a inovação dos clubes brasileiros. Essa tecnologia de última geração contribui para que os torcedores tenham uma experiência de acesso mais rápida e conveniente. É possível acessar somente com o rosto, sem precisar carregar mídias físicas ou cartões, e a validação acontece em menos de 1 segundo", explica Tironi Paz Ortiz, CEO e fundador da Imply.

Segurança aprimorada com reconhecimento facial

De acordo com o executivo, a nova tecnologia trouxe praticidade aos torcedores, além de praticamente acabar com o cambismo. "O ingresso físico ou digital passou a ser o rosto da pessoa, por meio de um único CPF", diz.

Outro detalhe importante neste processo é a segurança. Recentemente, no jogo entre Fortaleza x Colo Colo, pela Copa Libertadores, mais de 500 torcedores do time chileno, proibidos pela Justiça de entrarem no estádio, foram identificados e bloqueados na tentativa de comprar ingressos para o setor destinado à torcida do Fortaleza, na Arena Castelão, que conta com a tecnologia Imply.

“A tecnologia, que valida e cruza dados biométricos e documentos com bases de segurança oficiais, reforça o compromisso com a integridade e segurança dos eventos esportivos, impedindo o acesso de usuários sem permissão", acrescenta Tironi Paz Ortiz.

Fontes ouvidas pela reportagem apontam que esses investimentos superam os R$ 100 milhões com a tecnologia. Estima-se que o custo total de operação, incluindo montagem das catracas e manutenção, varie entre R$ 4 e R$ 9 milhões, a depender do tamanho de cada estádio.

Melhoria na experiência dos torcedores

“O reconhecimento facial torna o acesso do público ao estádio mais simples, rápido e reforça ainda mais a segurança. Assim, a inserção de tecnologias como esta melhora de forma considerável a experiência dos fãs, que têm mais proveito e conforto na ida ao estádio”, comenta Vitor Roma, CEO da Keeggo, consultoria de tecnologia.

No caso da Imply, o sistema de reconhecimento facial colocado nas arenas parceiras é um dos mais seguros e eficientes em operação no mundo. Com o uso de inteligência artificial e aprendizado profundo, a tecnologia autentica a identidade comparando as características exclusivas do rosto humano com os dados disponíveis no banco de dados. Após isso, o sistema verifica se o usuário possui autorização para acessar o local.

Victor Grunberg, vice-presidente do Internacional, comenta sobre as vantagens da ferramenta: “Entendo que a medida de tornar obrigatório o reconhecimento facial para estádios acima de 20 mil pessoas é extremamente válida. É uma forma eficaz de controle de segurança, porque é possível identificar todas as pessoas que estão ali e evitar que pessoas com conflitos com a lei possam causar problemas dentro do estádio”.

Exemplos de sucesso no Brasil

No caso de Palmeiras, o clube foi o primeiro a implementar a tecnologia em todo o estádio. Após enfrentar problemas com cambistas em 2022, o Alviverde adotou o sistema como solução e obteve grande aceitação da torcida. Agora, o sistema é utilizado em todos os portões do Allianz Parque.

No Rio de Janeiro, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo já implementaram o sistema de reconhecimento facial. A tecnologia tem sido fundamental para melhorar a segurança e a identificação de pessoas procuradas pela Justiça. No Palmeiras, dezenas de procurados foram identificados e presos graças à ferramenta.

“Empresas e times vêm adotando novos mecanismos que melhoram a experiência do torcedor nos estádios. O reconhecimento facial é apenas o início desta tendência, em que todos são beneficiados”, celebra Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa especializada em atendimento a sócio-torcedores.

No Juventude, a parceria com a Imply já existe desde 2019 e avançou com a implementação do reconhecimento facial. A tecnologia também ajuda na venda de ingressos e no controle de acessos.

Inovação no Sport Recife

O Sport Recife é pioneiro no desenvolvimento de uma plataforma para venda de ingressos pelo WhatsApp, com a integração da tecnologia de reconhecimento facial. O projeto, que já vem sendo testado em 2023, visa aumentar a segurança e reduzir fraudes.

“Começamos a introdução da biometria facial de forma experimental em 2023, na Ilha do Retiro. O sistema foi muito bem recebido pela torcida, que sentiu mais segurança ao entrar no estádio, e também por nós, que vimos o cambismo diminuir. Continuamos sempre procurando formas de modernizar o acesso, proporcionando uma experiência segura e confortável”, explica Yuri Romão, presidente do Sport.

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