Samir Xaud (Divulgação CBF)
Redação Exame
Publicado em 25 de maio de 2025 às 12h14.
Última atualização em 25 de maio de 2025 às 12h16.
Samir Xaud foi eleito novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em eleição realizada neste domingo, 25. Ele comandará a principal entidade do futebol no Brasil e assumirá o cargo a um ano da próxima Copa do Mundo.
Xaud obteve 103 de 141 votos possíveis. Alguns clubes não participaram da votação. Ele foi eleito sem concorrência. Nenhuma outra chapa se apresentou para a disputa.
Parte dos clubes boicotaram a eleição, por questionarem o processo. Os times que não votaram foram: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, São Paulo e Sport.
O novo presidente tem 41 anos e é nascido em Boa Vista, capital de Roraima. O dirigente é médico infectologista. Filho de Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol desde a década de 1970, foi eleito recentemente para substituir o pai.
A eleição foi realizada fora de época após a saída conturbada de Ednaldo Rodrigues, afastado da presidência sob acusação de falsificar a assinatura de Coronel Nunes, outro cartola que já foi o principal executivo da entidade.
Desde 1989, quando Ricardo Teixeira venceu a eleição, a CBF não teve um pleito com duas chapas. E desde 2012, quando o mesmo Teixeira saiu após escândalos de corrupção, nenhum presidente da CBF conseguiu completar seu mandato.O colégio eleitoral da CBF é composto por representantes das 27 federações estaduais e dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro - 40 times no total.
O peso dos votos é desigual: as federações têm peso 3, os clubes da Série A têm peso 2 e os da Série B, peso 1. Isso significa que, na prática, o apoio das federações é decisivo para definir o vencedor. Xaud conseguiu articular um apoio maior exatamente nas federações.
Além de definir o futuro político da entidade, a eleição ocorre às vésperas da apresentação oficial de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira, marcada para o dia seguinte, 26 de maio.
A escolha do novo presidente pode influenciar diretamente os rumos da seleção e da organização do futebol nacional nos próximos anos
O próximo presidente da CBF terá como desafios imediatos a preparação da seleção para a Copa do Mundo de 2026, a modernização da gestão esportiva e o fortalecimento da governança e da transparência na entidade. A pressão por reformas estruturais e maior diálogo com clubes e federações também deve pautar o novo ciclo.