Simone Biles: ginasta se torna a mais premiada dos EUA (Getty Images Sports/Getty Images)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 22 de abril de 2025 às 10h10.
Após conquistar três medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Simone Biles se tornou a ginasta mais condecorada da história dos Estados Unidos.
Mas nem o prêmio valioso das medalhas foi suficiente para cravar o futuro da atleta na ginástica: Biles deixou em aberto sua participação nas Olimpíadas de 2028, que serão realizadas em Los Angeles. Em diversas entrevistas recentes, disse que ainda não tomou uma decisão definitiva sobre competir novamente, ressaltando que precisa de tempo para refletir sobre o futuro, especialmente após o desgaste físico e mental que a ginástica de alto nível exige.
"Conquistei muito no meu esporte. Para voltar, teria que me empolgar muito", disse Biles ao jornal francês L'Equipe, segundo a Reuters.
A ginasta destacou que, ao longo dos anos, suas prioridades mudaram. Quando mais jovem, seus objetivos estavam voltados para conquistas esportivas, mas atualmente ela considera questões pessoais, como o desejo de passar mais tempo com a família e o marido.
Ela reconheceu que retornar para mais uma Olimpíada poderia ser visto como "ganância", já que sente ter alcançado praticamente tudo no esporte: “Já conquistei tanto, quase não resta mais nada a fazer, a não ser tentar de novo por puro capricho. Estou em um ponto da carreira em que sei reconhecer a hora de parar. Se você volta, é por ganância”.
O depoimento reflete uma fase mais madura da atleta, que pondera o custo emocional de seguir em alto nível.
Mesmo assim, Biles não descartou completamente a possibilidade de competir em Los Angeles, dizendo: “Nunca diga nunca. A próxima Olimpíada é em casa, então nunca se sabe. Mas estou ficando velha”.
Caso decida participar, ela terá 31 anos, o que a colocaria entre as ginastas americanas mais velhas a competir em Jogos Olímpicos.
O fator "jogar em casa" pode pesar na decisão da atleta, que sempre demonstrou forte espírito competitivo.
Além das questões esportivas, Biles também falou sobre a importância do cuidado com a saúde mental, relatando que ainda faz terapia regularmente e que o principal desafio de seu retorno foi lidar com a vulnerabilidade e a pressão pública.
Ela também elogiou a colega Rebeca Andrade, destacando a inspiração que sente ao competir com a brasileira e reconhecendo a força de Andrade ao superar lesões recentes.
A fala de Biles reforça a crescente valorização do bem-estar psicológico no esporte de alto rendimento.
Por fim, Biles afirmou que, independentemente de sua decisão, estará presente em Los Angeles 2028, seja como competidora ou como espectadora: “O único fato certo é que estarei lá — seja na arquibancada ou no tablado”.