Torcida do Manchester City durante partida contra a Juventus pelo Mundial de Clubes (Patricia de Melo Moreira / AFP)
Redação Exame
Publicado em 26 de junho de 2025 às 20h53.
A fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025, realizada nos Estados Unidos, marcou não só o começo da disputa esportiva, mas também o início de uma maratona logística para acomodar milhares de torcedores internacionais que estão lotando as arquibancadas. Durante a primeira fase, a competição já registrou um público impressionante nos estádios, com direito a recordes de audiência na TV brasileira e relatos de dificuldades na experiência dos fãs in loco.
A partida entre PSG e Atlético de Madrid, válida pela primeira rodada do grupo B, que terminou com vitória por 4 a 0 para o clube francês, foi o maior público da competição até aqui, com 80.619 pessoas no Rose Bowl Stadium, em Pasadena, na Califórnia. O jogo, porém, ficou marcado também por reclamações sobre o forte calor, falta de água, e dificuldades de acesso ao estádio.
Na lista de maiores públicos, destaque ainda para Real Madrid x Pachuca (70.248), Bayern de Munique x Boca Juniors (63.587) e Real Madrid x Al Hilal (62.415). Entre os clubes brasileiros, o Palmeiras lidera recebendo 60.914 torcedores na terceira rodada contra o Inter Miami, seguido do Flamengo com 54.619 torcedores no jogo contra o Chelsea, Botafogo com 53.699 contra o PSG e o Fluminense com 34.736 contra o Borussia Dortmund.
Além da presença nos estádios, o torneio tem sido um sucesso de audiência. Segundo dados do Kantar Ibope, a TV Globo alcançou mais de 100 milhões de telespectadores únicos durante as duas primeiras rodadas, alcançando sua maior audiência esportiva em dez meses. O sucesso é tão grande que a emissora carioca decidiu uma equipe para transmitir in loco os principais jogos de mata-mata da competição. Inicialmente, isso só aconteceria se algum time brasileiro chegasse nas semifinais. Os jogos com maiores audiências até agora foram: Fluminense x Ulsan (20 pontos) foi a maior média nacional; Flamengo x Chelsea (32 pontos) foi o recorde do horário no Rio de Janeiro; e Palmeiras x Porto (21 pontos) foi a maior audiência aos domingos em São Paulo.
Apesar dos bons números, o sucesso de público ainda é motivo de debate. Antes mesmo da bola rolar, a FIFA precisou reduzir o preço dos ingressos para garantir arquibancadas mais cheias. O desafio de organizar um evento desse porte em um país com pouca tradição em futebol de clubes ficou evidente com os relatos de torcedores em Pasadena.
“No mercado norte-americano, a infraestrutura esportiva é totalmente pensada para integrar esporte e entretenimento. Os estádios são concebidos para serem autossustentáveis em diversos aspectos — desde o ambiental, com uso de energia solar em alguns casos, até o econômico, por não dependerem de recursos públicos. O Brasil, inclusive, vem trilhando esse mesmo caminho”, afirma Sérgio Schildt, presidente da Recoma, maior empresa especializada em infraestrutura esportiva da América Latina.
Além dos ingressos convencionais, os estádios norte-americanos também investem em espaços premium para o torcedor, o que é possível observar durante os jogos do Mundial. Espaços com comida, bebida e até atrações musicais são comercializados junto ao valor do ingresso. O MetLife Stadium, arena que será palco da final, oferece uma gama de opções para os torcedores que buscam experiências premium. Já em Atlanta, na Mercedes-Benz Arena, os camarotes ficam atrás do gol, no nível do campo, proporcionando uma nova experiência ao torcedor.
“Os projetos que implementamos nos camarotes da Soccer Hospitality tem uma inspiração muito forte do que é feito nos eventos esportivos nos Estados Unidos, que são referência em levar o entretenimento para dentro das arenas esportivas”, comenta Léo Rizzo, fundador da Soccer Hospitality, empresa que conta com serviços de camarotes open bar, estúdios de tatuagem até barbearia em nove estádios brasileiros, como Allianz Parque, Neo Química Arena e Morumbis.
Já para os clubes, o campeonato é uma oportunidade de internacionalização da marca e a interação com os torcedores deve ser priorizada. “A Copa do Mundo de Clubes permite a abertura de novos mercados. As equipes e os patrocinadores precisam entender a cultura local e adaptar suas estratégias de marketing e relacionamento. Quem conseguir fazer isso de forma inteligente vai colher frutos por muitos anos”, destaca Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management no Brasil, empresa que agencia a carreira de centenas de atletas, dentre eles, o zagueiro Vitor Reis, do Manchester City.
Com as fases decisivas se aproximando, a expectativa é que o torneio siga atraindo multidões, mas também exigindo da organização soluções rápidas e eficientes para garantir que a experiência dentro e fora dos estádios esteja à altura da grandiosidade do evento. “Por ser a primeira edição do torneio neste formato, é normal que se observe pontos de melhoria. Sempre há questões positivas e negativas quando se trata de uma competição dessa complexidade. Alguns aspectos podem ser ajustados ao longo da disputa e outros ficam como aprendizado para os próximos Mundiais. No entanto, entre os torcedores, principalmente os brasileiros, a sensação até o momento é de encanto e empolgação”, complementa Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência multinacional de experiências esportivas que é parceira oficial do Fluminense e do Botafogo para o Mundial.
Confira o ranking completo de público da 1ª rodada:
1. PSG 4x0 Atlético de Madrid - 80.619
2. Real Madrid 1x1 Al Hilal - 62.415
3. Al Ahly 0x0 Inter Miami - 60.927
4. Boca Juniors 2x2 Benfica - 55.574
5. Palmeiras 0x0 Porto - 46.275
6. Monterrey 1x1 Inter de Milão - 40.311
7. Manchester City 2x0 Wydad Casablanca - 37.446
8. Fluminense 0x0 Borussia Dortmund - 34.736
9. Botafogo 2x1 Seattle Sounders - 30.151
10. Flamengo 2x0 Espérance - 25.797
11. Chelsea 2x0 Los Angeles FC - 22.137
12. Bayern 10x0 Auckland City - 21.152
13. Al Ain 0x5 Juventus - 18.161
14. River Plate 3x1 Urawa Reds - 11.974
15. Pachuca 1x2 RB Salzburg - 5.282
16. Ulsan Hyundai 0x1 Mamelodi Sundowns - 3.412
Confira o ranking completo de público da 2ª rodada:
Real Madrid 3 x 1 Pachuca - 70.248
Bayern de Munique 2 x 1 Boca Juniors - 63.587
River Plate 0 x 0 Monterrey - 57.393
Flamengo 3 x 1 Chelsea - 54.619
PSG 0 x 1 Botafogo - 53.699
Seattle Sounders 1 x 3 Atlético de Madrid - 51.636
Manchester City 6 x 0 Al Ain - 40.392
Palmeiras 2 x 0 Al Ahly - 35.179
Juventus 4 x 1 Wydad Casablanca - 31.975
Inter Miami 2 x 1 Porto - 31.783
Fluminense 4 x 2 Ulsan HD - 29.321
Internazionale 2 x 1 Urawa Reds - 25.090
RB Salzburg 0 x 0 Al-Hilal Buzzard Point -16.167
Mamelodi Sundowns 3 x 4 Borussia Dortmund - 14.006
Los Angeles FC 0 x 1 Espérance - 13.651
Benfica 6 x 0 Auckland City - 6.730
Confira o ranking parcial de público da 3ª rodada:
1. Inter Miami 2 x 2 Palmeiras - 60.914
2. Seattle Sounders 0 x 2 PSG - 50.628
3. Internazionale 2 x 0 River Plate - 45.135
4. Porto 4 x 4 Al-Ahly - 39.893
5. Benfica 1 x 0 Bayern - 33.287
6. Los Angeles FC 1 x 1 Flamengo - 32.933
7. Espérance 0 x 3 Chelsea - 32.967
8. Atlético de Madrid 1 x 0 Botafogo - 22.992
9. Auckland City 1 x 1 Botafogo - 16.899
10. Mamelodi Sundowns 0 x 0 Fluminense - 14.312
11. Urawa Reds 0 x 4 Monterrey - 14.312
12. Borussia Dortmund 1 x 0 Ulsan - 8.239
Top 5 geral:
1. PSG 4x0 Atlético de Madrid - 80.619
2. Real Madrid 3 x 1 Pachuca - 70.248
3. Bayern de Munique 2 x 1 Boca Juniors - 63.587
4. Real Madrid 1x1 Al Hilal - 62.415
5. Al Ahly 0x0 Inter Miami - 60.927