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Berkshire Hathaway vende US$ 500 milhões em ações e zera posição em Nubank

Saída do banco brasileiro vem na esteira de redução de participação em outras em instituições financeiras, como Citi, BofA e Capital One

A venda do Nubank veio acompanhada de outras mudanças relevantes na carteira da Berkshire (Nubank/divulgação/Divulgação)

A venda do Nubank veio acompanhada de outras mudanças relevantes na carteira da Berkshire (Nubank/divulgação/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do Exame INSIGHT

Publicado em 15 de maio de 2025 às 20h52.

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 20h54.

A Berkshire Hathaway, holding de Warren Buffett, zerou sua posição no Nubank no primeiro trimestre de 2025, encerrando um investimento que começou antes do IPO do banco digital, em 2021.

A saída foi revelada em formulário enviado nesta quinta-feira (15) à SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA.

Com isso, a Berkshire se desfez de 40,2 milhões de ações que, no fim de março, estavam avaliadas em cerca de US$ 527 milhões.

O investimento inicial havia sido de US$ 500 milhões — e o papel acumulava alta de quase 46% desde a estreia na bolsa, refletindo a ascensão do Nubank como um dos maiores bancos digitais do mundo.

Mudanças na carteira

A venda do Nubank veio acompanhada de outras mudanças relevantes na carteira da Berkshire: Buffett também se desfez de sua fatia no Citigroup e reduziu as participações no Capital One e no Bank of America.

Desde julho do ano passado, Buffett vinha vendendo ações do BofA. Agora, detém 8,3% do banco americano e deixou de ser seu maior acionista.

As mudanças sinalizam um movimento de desinvestimento no setor financeiro tradicional, justamente num momento em que o bilionário se mostra cada vez mais conservador em relação a grandes aquisições.

No início do mês, durante a reunião anual da Berkshire, Buffett revelou que a empresa chegou a considerar um negócio de US$ 10 bilhões, mas desistiu da operação.

Com isso, o caixa da holding atingiu o nível recorde de quase US$ 350 bilhões no fim de março.

Ainda assim, a Berkshire seguiu ajustando seu portfólio. No primeiro trimestre, aumentou a posição na Constellation Brands (dona da Corona e de outras marcas de bebidas alcoólicas), agora avaliada em US$ 2,2 bilhões.

Também reforçou as apostas em Sirius XM (rádio via satélite) e na petroleira Occidental Petroleum.

A maior posição da carteira, no entanto, segue intocada: a Apple continua sendo o ativo mais valioso da Berkshire.

Aos 94 anos, Buffett está em seu último ano como CEO da empresa que construiu e transformou em um conglomerado de mais de US$ 1,1 trilhão. Ele pretende deixar a presidência do conselho ao fim de 2025, marcando o fim de uma era em que suas decisões de investimento foram seguidas de perto por investidores do mundo todo — profissionais e amadores.

Enquanto isso, as ações da Berkshire acumulam alta de mais de 11% no ano, superando com folga o desempenho do S&P 500, que sobe menos de 1% no mesmo período.

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