Exame IN

Corrida do ouro: Aura Minerals quer captar cerca de US$ 200 milhões na Nasdaq, dizem fontes

Mineradora com ativos no Brasil e controlada pelo empresário Paulo Brito quer aproveitar disparada do metal para reforçar o caixa e a liquidez das ações com listagem nos Estados Unidos

Aura: Listagem na bolsa americana está prevista ainda para este mês (rawpixel.com/Freepik)

Aura: Listagem na bolsa americana está prevista ainda para este mês (rawpixel.com/Freepik)

Publicado em 9 de junho de 2025 às 12h35.

Última atualização em 9 de junho de 2025 às 12h36.

A mineradora de ouro Aura Minerals (AURA33) entrou neste fim de semana com um pedido de oferta na Nasdaq. A intenção é fazer a operação ainda em junho, para captar cerca de US$ 200 milhões, segundo duas fontes próximas à operação.

O valor é relevante: hoje a Aura vale cerca de 2,5 bilhões de dólares canadenses, ou cerca de US$ 1,83 bilhão.

A empresa é listada na bolsa canadense e negociada no Brasil por meio de BDRs.

Controlada pelo empresário brasileiro Paulo Brito, a Aura quer aproveitar a disparada na cotação do ouro nos últimos meses em meio à maior volatilidade do mercado para ampliar sua liquidez e fazer caixa para financiar o crescimento.

Somente neste ano, os BDRs da companhia avançam 83% na B3. No acumulado em doze meses, o papel dobrou de valor.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no seu Whatsapp

A operação será coordenada pelo BofA e pela Goldman Sachs. BTG Pactual e Itaú BBA também participam do sindicato de bancos.

Além da disparada do ouro – cuja onça troy subiu 26% somente neste ano – a Aura vem passando por uma transformação interna desde o IPO no Brasil em 2020, com expansão da produção e melhorias operacionais que tem garantido mais estabilidade aos resultados.

Na semana passada, a companhia anunciou a aquisição da Mineração Serra Grande, e Goiás, por US$ 76 milhões, da AngloGold Ashanti. Segundo prospecto encaminho a Securities and Exchange Commission (SEC), parte dos recursos levantados na oferta vão para o pagamento da transação.

A transação também deve dar folga para os projetos já em desenvolvimento, quanto em exploração, bem como novas aquisições.

A companhia já tem um crescimento contratado para os próximos anos. Atualmente, está focada na entrega do projeto Borborema, que deve iniciar operações no terceiro trimestre de 2025.

Além disso, já tinha adquirido os projetos Pé Quente e Pézão, em Mato Grosso, para complementar o projeto Matupá, no mesmo estado previsto para entrar em operação em 2027.

A Aura também investe em um projeto em Cerro Blanco, na Guatemala, chamado “Era Dorada”, que tem potencial de quase dobrar sua capacidade de produção.

A companhia vem enfrentando algumas dificuldades para conseguir a licença ambiental do projeto – que ainda é encarado como uma opcionalidade para o papel pelos analistas do sell side.

Apesar de não incluir o projeto nas duas projeções, o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) diz estar confiante na capacidade da companhia de superar os obstáculos.

O banco tem preço-alvo de R$ 53 para os BDRs, um potencial de alta de 15% em relação à cotação de fechamento de sexta-feira. A companhia também é forte pagadora de dividendos, com yield estimado de 10% para este ano pelos analistas do BTG.

Acompanhe tudo sobre:Ofertas de açõesMineraçãoMercadosEmpresas

Mais de Exame IN

Na Latam, cenário é céu de brigadeiro – e de distância da concorrência

Batalha tributária: Decisão do STJ pode destravar bilhões para varejistas na bolsa

Após inaugurar prédio, Masp mira novo terreno para expansão e planeja boulevard

Gustavo Franco: Um mês amargo para o presidente da República