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Dona da marca Taco Bell assume operação da rede no Brasil e traz novo CEO

Meta é crescer em cinco anos o que a marca não conseguiu expandir em dez; novo executivo é ex-Burger King

Tito Barroso: novo presidente do Taco Bell no Brasil tem mandato de expansão (Divulgação | André Lessa)

Tito Barroso: novo presidente do Taco Bell no Brasil tem mandato de expansão (Divulgação | André Lessa)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Editor de Invest

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 08h00.

As lojas da Taco Bell no Brasil passarão a ser operadas pela própria dona da marca a partir do ano que vem. A americana Yum! Brands assume a master franquia do fast-food de comida mexicana no país e traz um novo executivo para comandar o negócio. Tito Barroso, ex-Burger King e Popeyes, passa a ser presidente da rede no país do próximo dia 1º de janeiro em diante.

O plano da Yum! é fazer do Brasil um dos maiores polos internacionais da marca fora dos Estados Unidos até 2030. "É um dos mercados prioritários", afirma Barroso ao INSIGHT. A empresa, que também é dona das marcas Pizza Hut e KFC — operadas no país pela IMC e a chilena Kentucky Foods, respectivamente — terá uma equipe própria tocando Taco Bell no Brasil, dos investimentos em marketing à administração da cadeia de suprimentos.

"Queremos aplicar no Brasil os padrões operacionais que fazem da Taco Bell a potência global que ela é", diz Barroso.

O executivo pega a operação com 40 lojas e a missão de chegar a 200 unidades nos próximos cinco anos. A meta está alinhada a uma estratégia global de mais que dobrar a presença internacional da Taco Bell. Fora dos Estados Unidos, a rede tem 1.150 restaurantes atualmente. O objetivo, até 2030, é fazer com que esse número chegue a pelo menos 3 mil.

Em paralelo à expansão quantitativa, elevar a performance loja a loja também está no mandato de Tito Barroso. "É um plano ambicioso, mas absolutamente realista. O Brasil reúne os elementos certos, a densidade urbana e o mercado jovem", afirma. Apesar de ser uma marca de mais de cinquenta anos, a Taco Bell quer se manter "descolada" e conectada com as novas gerações, consideradas abertas a novas experiências.

"Mas é uma culinária que vai bem entre todas as faixas etárias e todas as classes sociais também. De forma alguma o", ressalva o novo CEO.

Marca ainda jovem no Brasil

Até dez anos atrás, Taco Bell, para o brasileiro, era apenas uma referência na cultura pop.

Em "O Demolidor", filme de 1993 protagonizado por Sylvester Stallone — que virou clássico da Sessão da Tarde por um tempo — a história se passa num futuro high tech (o ano, pasmem, é 2032!) em que há somente um restaurante: o Taco Bell.

A primeira unidade do fast-food de comida mexicana só foi abrir no Brasil em 2016. A marca chegou ao país tendo a Sforza Holding, de Carlos Wizard, como franqueadora master. O plano, à época, era abrir 100 lojas até 2020, mas a expansão, como se pode constatar, não chegou nem à metade disso passado quase dez anos.

Agora, sob gestão da empresa proprietária, a Taco Bell deve explorar, no Brasil, algumas de suas fortalezas no mercado americano, a começar pelo drive-thru. "É um pilar fundamental para o nosso crescimento nos próximos anos. É um formato eficiente, que acreditamos ser escalável e grande aderência ao mercado brasileiro", diz Barroso.

A Taco Bell opera com somente um drive thru no Brasil até então. "O drive-thru ajuda a elevar o brand awaraness. O consumidor brasileiro passa a ver que a marca está no Brasil. Quando você está só em shopping center, o consumidor precisa ir até lá para saber que a marca existe", explica o CEO.

Novo aplicativo em 2026

Hoje, cerca de metade das vendas da Yum! Brands são feitas por meio digitais, de quiosques de autoatendimento instalados em restaurantes próprios e franquias, além de aplicativos para inovar a experiência do cliente. A empresa, inclusive, adquiriu empresas de tecnologia nos últimos anos para ajudar na jornada de digitalização.

Aqui no Brasil, Taco Bell vai ter um app a partir do ano que vem, garante o novo CEO da operação no Brasil. "O digital não é só delivery. Ele também ajuda na parte de personalização. A inteligência artificial, chegando agora, vai conseguir nos ajudar a entender melhor o nosso consumidor e como fidelizá-lo."

Para uma marca que pretende crescer em cinco anos o que não cresceu em dez, é uma premissa básica. "A grande verdade é que no varejo, hoje, você precisa dar ao seu cliente a forma mais cômoda possível para que ele consiga ter acesso ao seu produto. O aplicativo ajuda bastante nisso".

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