Carteira de PIX finance e crediário já chega a quase R$ 1 bilhão (Inter/Divulgação)
Editora do EXAME IN
Publicado em 12 de maio de 2025 às 08h37.
Com crescimento forte na carteira de crédito e controle de despesas, o banco Inter encerrou o primeiro trimestre com lucro de R$ 287 milhões, 57% maior do que no mesmo período de 2024 e em linha com as expectativas do mercado.
O retorno sobre patrimônio chegou a 12,9%, contra 12,5% no quarto trimestre e 9,2% nos três primeiros meses do ano passado.
Num trimestre sazonalmente mais pressionado, o destaque ficou pela qualidade do crédito e a redução da inadimplência: o saldo da carteira com atraso em 90 dias caiu de 4,2% no fim do ano passado para 4,1%.
“É um sinal da nossa carteira diversificada e da nossa disciplina e assertividade na concessão”, afirma o CFO Santiago Stel.
SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT no seu Whatsapp
A carteira de crédito cresceu 33% na comparação anual, para R$ 43 bilhões. As linhas colateralizadas de home equity e FGTS tiveram as altas mais expressivas de 45% e 43%, respectivamente.
As modalidades de crédito no PIX e crediário (o ‘buy now pay later’) – de maior risco e maior retorno -- também tiveram crescimento expressivo, saindo de R$ 695 milhões no fim do ano para R$ 920 milhões e beliscando a casa do bilhão.
Tradicional em linhas com garantia, o Inter vê uma “oportunidade fundamental” no crédito consignado. Com apenas 10 dias da nova modalidade, a instituição já encerrou o primeiro trimestre com R$ 200 milhões em concessões.
“Esse novo produto está alinhado com o modelo de negócios do Inter: digital, com distribuição de baixo custo, escalável, com garantia, e com baixa sobreposição com nossos produtos”, diz Stel. “Os nossos 18 milhões de logins diários no app são uma diferencial muito grande.”
Segundo ele, o market share de 4,5% na categoria de FGTS pode ser considerado um ‘piso’ para o novo produto.
De fato, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos R$ 10,1 bilhões liberados em consignado privado pelos bancos até a semana passada, o Inter era responsável por R$ 430 milhões, a sétima maior instituição em concessões na modalidade.
Do lado das despesas, o índice de eficiência, que mede o quanto das receitas são consumidas por despesas, continuou melhorando e atingiu 48,8%, 1,3 ponto percentual melhor que o quarto trimestre de 2024.
Mesmo num mercado já mais saturado, o Inter vem conseguindo manter o ritmo de adição de novos clientes ativos no patamar de 1 milhão. No primeiro trimestre, foram 1,1 milhão de novos usuários, chegando a 21,6 milhões e uma taxa de ativação de 57,2%.
Ao todo, ao fim de março, o Inter tinha 37,7 milhões de clientes totais.
O banco está praticamente na metade do caminho para a sua meta quinquenal anunciada em 2023, no plano batizado de 60/30/30: 60 milhões de clientes, e índice de eficiência e ROE de 30%.