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Magnitsky e o tarifaço: o tamanho do balde de água fria na Bolsa brasileira

Apenas 45% dos gestores veem Ibovespa acima de 140 mil pontos até o fim do ano, contra 83% no mês passado, aponta o BofA

Trump: Metade dos gestores vê tensão tarifária com Brasil diminuindo; a outra metade, que a situação pode escalar (AFP/Getty Images)

Trump: Metade dos gestores vê tensão tarifária com Brasil diminuindo; a outra metade, que a situação pode escalar (AFP/Getty Images)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do Exame INSIGHT

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 16h23.

Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 08h46.

O tarifaço de Donald Trump e a escalada das tensões entre Estados Unidos e Brasil jogou esfriou o otimismo com a Bolsa brasileira, após um primeiro semestre de forte alta.

A pesquisa mensal de sentimento do mercado do Bank of America Merrill Lynch (BofA) dá o tamanho do balde de água fria: apenas 45% dos gestores ouvidos veem o Ibovespa acima dos 140 mil pontos até o fim do ano, contra 83% no mês passado (a pesquisa tinha sido conduzida antes do fatídico 9 de julho).

Mesmo após a isenção de vários itens das taxas adicionais de 40%, o ruído tarifário, acentuado pelas medidas do presidente Donald Trump contra México e Brasil, tornou-se o principal risco externo apontado pelos gestores, ao lado de uma eventual desaceleração da economia americana.

Em julho, o foco estava no dólar forte e nos juros nos EUA.

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A percepção de que o Brasil terá desempenho melhor que o México também caiu. Só 35% dos entrevistados acreditam nessa possibilidade para os próximos seis meses. No mês anterior, eram 77%.

E as expectativas de aumento de posições antes das eleições presidenciais também se retraíram: apenas 22% esperam um movimento já no quarto trimestre deste ano, ante 57% na pesquisa anterior.

O levantamento mostra outros indicadores de menor apetite a risco: o caixa das carteiras permanece elevado, em 6,2%, acima da média histórica de 5,4%, com rotação das estratégias de ações de alto beta para papéis de valor e qualidade.

Setor financeiro e utilities são o segmentos com maior alocação, enquanto consumo discricionário passou a ser o mais subalocado.

Quanto ao futuro, um empate técnico: metade dos consultados pelo BofA acredita que os atritos tarifários com o Brasil vão diminuir. A outra metade não sabe ou acha que a tensão ainda tem espaço para escalar.

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