7Days, o croissant pronto para comer, inaugura estratégia com snacks assados da multinacional no Brasil
Repórter de negócios e finanças
Publicado em 8 de julho de 2025 às 06h00.
Última atualização em 8 de julho de 2025 às 06h44.
O portfólio de produtos da Mondelēz no Brasil, que tem marcas como Lacta, Bis, Club Social e Oreo, ganhou um reforço vindo diretamente da Grécia. Há três anos, desde que a multinacional adquiriu a grega Chipita, pela bagatela de US$ 2 bilhões, a companhia passou a ser dona dos croissants recheados e embalados 7Days. O produto surgiu no início da década de 1990 e em 2021 chegou a marca de 1 bilhão de unidades vendidas em um ano. Mas, até agora, não tinha sido lançado por aqui. A espera termina em outubro, quando o snack chega ao varejo brasileiro com distribuição exclusiva em lojas do Oxxo e Shell Select, no primeiro momento, antes da venda geral em supermercados.
"O Oxxo é um parceiro muito grande nosso no México e está em plena expansão aqui no Brasil", explicou Renata Vieira, vice-presidente de marketing da Mondelēz, na apresentação da novidade. Recentemente, as lojas de proximidade também trouxeram ao Brasil a marca própria de café, Andatti, já bastante popular no mercado mexicano. "Tem muita coisa interessante para a gente alavancar e ajudar o outro na construção de novas categorias", complementou a executiva.
O 7Days é o primeiro "snack" assado da Mondelēz no Brasil e replica a receita original grega. A base é a "massa madre", que passa por 27 horas de fermentação. Cada lote demora 8 horas para ser produzido, diz a empresa. No Brasil, o croissant recheado vai ser produzido na fábrica da companhia em Vitória de Santo Antão (PE), uma planta de mais de 2.400 metros quadrados e que consumiu uma boa parte do último investimento anunciado pela empresa no país, de R$ 400 milhões.
"A gente tem capacidade de produção para atender a demanda do Brasil todo", diz Renata. Inicialmente, porém, as vendas serão limitadas a São Paulo e o sul do país. O produto já havia sido testado durante um ano em Curitiba (PR) e agora chega aos estados vizinhos. Essas regiões, explicou a executiva, são as mais desenvolvidas em consumo de chocolates e snacks do Brasil. Logo, vai servir de piloto para que a Mondelēz entenda a melhor forma de trabalhar o produto, desde à comunicação aos canais de venda.
"É uma categoria que, de fato, veio para ficar, com um objetivo grande de investimento em construção", diz a VP. O snack assado vai ser lançado com preço sugerido de R$ 5,99 e estará disponível nos recheios de morango, chocolate ao leite e branco, da Lacta. "A gente quis fazer esse lançamento em collab com marcas fortes do nosso lado", diz Felipe Pedrolli, diretor de marketing de biscoitos e snacks assados. No exterior, 7Days também é marca de bolos e chips, mas, o Brasil, por enquanto, vai trabalhar exclusivamente com os croissants.
O assado tem um posto intermediário na indústria de snacks, entre o "conforto" do chocolate e a saciedade do biscoito. Em números, movimenta menos do que essas duas categorias e a de salgados, ficando em quarto lugar. Mesmo assim, é um mercado longe de passar batido, avaliado em US$ 97 bilhões. Não foi à toa que além da grega Chipita, a Mondelēz adquiriu, no ano passado, a chinesa Evirth, de bolos e doces congelados, colocando a multinacional como terceiro maior player global nesse segmento.
O Brasil, por sua vez, é visto como um dos cinco principais mercados da Mondelēz, que quer dobrar de tamanho no país até 2030. O desafio com assados vai ser ganhar share em um segmento onde 70% do consumo é artesanal. Por isso, a estratégia com 7Days é conectar a marca ao consumidor que é dinâmico e procura algo pronto para consumir, o que justifica, inclusive, o lançamento exclusivo no varejo de conveniência.
E como a meta da Mondelēz é ambiciosa, a companhia também planeja explorar outras categorias novas além dos assados, assim como expandir o portfólio de produtos nos segmentos mais "tradicionais". "Mesmo em chocolates e biscoitos, ainda temos muitas oportunidades", afirma a executiva.