Exame IN

No Banco Mercantil, uma estratégia ’retrô’: investir milhões em agências físicas para atender os 50+

À EXAME, o banco mineiro antecipou: vai somar R$ 25,5 milhões à estratégia de expansão de unidades físicas de atendimento, iniciada em 2024

Agência do Banco Mercantil em Belém (PA) (Reprodução da Internet)

Agência do Banco Mercantil em Belém (PA) (Reprodução da Internet)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Repórter de negócios e finanças

Publicado em 4 de julho de 2025 às 09h18.

O Mercantil desceu as Gerais para explorar o Brasil e já se gaba de ter ao menos uma agência em cada estado do país. A expansão foi rápida, considerando que faz só cinco anos que o crédito para empresas foi deixado de lado e o foco passou a ser o cliente pessoa física. O banco mineiro faz 16% dos empréstimos consignados INSS do país e terminou o primeiro trimestre com uma carteira de crédito de R$ 18,7 bilhões. 

Agora um “senhor” de 82 anos, o banco, ainda com operações muito concentradas em seu estado de origem, quer marcar mais presença em outros territórios, com um investimento milionário e foco em um público também maduro, acima dos 50 anos de idade.

À EXAME, o Banco Mercantil antecipou: vai somar R$ 25,5 milhões à estratégia de expansão de agências físicas, iniciada em 2024. De um ano para o outro, o desembolso para essa finalidade praticamente dobrou e chegou a R$ 38 milhões. É só o começo.

“Os R$ 25 milhões são, literalmente, um investimento inicial. A ambição é muito maior do que isso”, afirmou Bruno Simão, vice-presidente de clientes, crescimento e marketing do banco à reportagem. 

O plano é inaugurar pelo menos 60 unidades em 2025. Até o final de julho, o banco terá aberto 45 delas.

"Bom dia, grupo"

Hoje, o Mercantil conta com 315 agências. Internamente, elas são chamadas de lojas físicas, por não operarem exatamente com todo o aparato de uma agência bancária tradicional - como as que estão sendo fechadas pelos “bancões”, com o avanço da digitalização. Basicamente, são guichês de atendimento para clientes que estão precisando de um apoio. 

“Nosso público é digitalizado, sim, mas ele também precisa de  uma segurança, de ter um ponto físico”, explica Simão. 

O banco tem um aplicativo que permite ao cliente ter um atendimento 100% digital, se ele assim desejar. Mas em vez de se apoiar só nessa ferramenta, o Mercantil prefere contar também com outros canais, como o mais usado pelos que adoram compartilhar imagens com frases de “bom dia”: o WhatsApp

“Se [o cliente] já sabe usar o WhatsApp, por que eu vou força-lo a usar um aplicativo que ele não quer ou não sabe usar? Por isso ele pode contratar todos os serviços financeiros 100% pelo WhatsApp”, diz Simão.

Questão de segurança

O aumento da presença física do Banco Mercantil coincide com uma crescente dos golpes digitais. E uma recente pesquisa do Instituto DataSenado mostra que 30% dos brasileiros que perderam dinheiro nesses crimes tem mais de 50 anos de idade. 

“O cliente pode sempre ligar na nossa central de atendimento para receber uma orientação, mas a presença física também é muito importante na prevenção de golpes”, reconhece o executivo.

Acompanhe tudo sobre:Banco Mercantil do BrasilBancosEstratégiaCrédito consignado

Mais de Exame IN

NA SUA CESTA: A Latam descolou da concorrência e agora mira expansão regional

O que os analistas esperam da 'nova' Natura na Bolsa?

Natura em: o curioso caso da empresa que 'engoliu a mãe' — estreia hoje, na Bolsa

Trégua na Azzas: sócios selam a paz e trazem Nicola Calicchio para presidir conselho