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O rali da inteligência artificial está de volta – desta vez, na China

Novo modelo do Alibaba se soma à enxurrada de anúncios de empresas chinesas na IA generativa e leva índice de ações de tecnologia do país ao maior nível desde 2021

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 6 de março de 2025 às 10h44.

Última atualização em 6 de março de 2025 às 11h04.

Uma leva de novas ferramentas de inteligência artificial na China está trazendo euforia para as ações de tecnologia no país.

Hoje, as ações do Alibaba dispararam 8,4% em Hong Kong, após o lançamento de um novo modelo de inteligência artificial que, segundo a companhia, usa apenas uma fração dos dados necessários para fazer rodar o R1 da DeepSeek.

O otimismo com a empresa de Jack Ma levou o índice de ações de tecnologia chinês a um avanço de 5,4%, o maior nível desde 2021.

Os avanços, no entanto, vão além do Alibaba. A enxurrada de lançamentos inclui também o novo modelo open-source de vídeo Hunyuan, da Tencent, e um produto similar de uma plataforma da plataforma de vídeos curtos, a Kuaishou Technology, que avançou 16% no último pregão.

Nesta semana, a Manus AI já tinha lançado o que chamou de um “agente de IA” generalista, ou um robô que consegue performar tarefas, dizendo que seu modelo performa melhor que o DeepResearch da OpenAI em algumas frentes.

Ainda que haja questionamentos sobre o potencial efetivo dessas tecnologias e sobre sua rentabilidade no longo prazo, o preço das ações chinesas depois de anos de desvalorização dá um bom conforto aos investidores.

Mesmo com o recente boom das ações de tecnologia, o Hang Seng Tech Index está negociando a cerca de 19 vezes lucro, comparado com 45 vezes quatro anos atrás.

“Vemos um re-rating adicional acontecendo no mercado, dado o quanto as ações de tecnologia da China parecem baratos comparados com os pares americanos”, disse Ken Wong, especialista em ações da Eastspring Investments, à Bloomberg.

O maior apoio do governo às iniciativas de inteligência artificial desde a ascensão do DeepSeek no começo do ano também é um vento de cauda. Pequim já deixou claro que vai dar apoio à aplicação de modelos de IA em larga escala e a produção de equipamentos.

Na CEO Conference deste ano, o sócio-fundador do BTG Pactual, André Esteves, chamou atenção para o fato de empresários do setor de tecnologia terem sido chamados recentemente para uma conversa com o presidente Xi Jinping.

“O Jack Ma vivia isolado em Tóquio, precisava de visto para ir à China. Havia um distanciamento da liderança política do mundo empresarial, inclusive na área de tecnologia. Vi isso como um certo simbolismo”, afirmou o banqueiro, falando sobre o potencial da área de tecnologia no país.

As ações do Alibaba dispararam mais de 70% desde as mínimas em janeiro, ganhando mais de US$ 153 bilhões. As iniciativas de inteligência artificial ajudaram a trazer de volta o brilho para a companhia depois de anos de estagnação com uma postura pouco amigável vinda de Pequim.

O último modelo da Alibaba foi feito para bater de frente tanto com o R1 da DeepSeek quanto o o1 da OpenAI. A companhia se comprometeu a investir mais de 380 bilhões de yuans (os US$ 52 bilhões) em infraestrutura de IA, como data centers, ao longo dos próximos três anos – um dos maiores orçamentos entre empresas chinesas, o que denota as ambições no segmento.

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