Exame IN

Porto Seguro dobra aposta no mercado pet e fica com 13,5% da Petlove

A seguradora passa a deter 13,5% de participação na Petlove, e, em contrapartida, transfere sua operação de seguro pet para a startup

Márcio Waldman, fundador da Petlove: a recém-criada Porto.Pet nasce com 41.000 vidas de pets em carteira (Petlove/Divulgação)

Márcio Waldman, fundador da Petlove: a recém-criada Porto.Pet nasce com 41.000 vidas de pets em carteira (Petlove/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 16 de abril de 2021 às 17h44.

Última atualização em 28 de abril de 2021 às 07h06.

De olho no crescente mercado pet brasileiro, a seguradora Porto Seguro fechou uma aliança com a startup Petlove, conhecida pelo seu e-commerce de produtos para animais de estimação, para combinarem suas operações.

Criada em 1999 pelo médico veterinário Márcio Waldman, a Petlove está em expansão desde 2019 para construir um ecossistema de produtos e serviços para o mercado pet. Hoje ela é dona das marcas Vet Smart e DogHero e tem como investidores fundos como SoftBank e L Catterton. Neste ano, o grupo projeta faturamento de R$ 900 milhões.

Com a aliança anunciada nesta sexta-feira, 16, a Porto Seguro fica com 13,5% de participação na Petlove e transfere a sua operação de seguros pet para a startup. Assim, a marca Health for Pet, adquirida pela Porto Seguro em 2015, deixa de existir, dando lugar à Porto.Pet.

O novo negócio, que vem sendo construído há mais de um ano, já nasce com 41.000 clientes em carteira e tem grande potencial de expansão. Aproveitando a abrangência nacional do e-commerce da Petlove e de seu serviço de conteúdo VetSmart, que é usado por mais de 100.000 veterinários todos os meses, a Porto Seguro espera quintuplicar a base de clientes da Porto.Pet em cinco anos.

“Considerando que a Petlove tem 200.000 assinantes e mais de 7 milhões de visitas por mês no site, com mais de 3 milhões de clientes ativos, são projeções conservadoras”, diz Waldman.

As duas companhias estudam formas de integrar os negócios assim que o Cade aprovar a transação. A Petlove, por exemplo, poderá oferecer os serviços de hospedagens e passeios de animais de estimação da DogHero para a base de clientes da Porto.Pet.

"A nossa ideia é construir essas interações para levarmos uma solução mais completa para o tutor", diz Marcos Loução, vice-presidente de negócios financeiros e serviços da Porto Seguro.

Além dos tutores, a Porto.Pet está de olho também nos veterinários. A seguradora vê uma grande oportunidade de oferecer serviços financeiros e seguros para a base de profissionais da saúde que mantém relacionamento com a Petlove hoje. Além do serviço de conteúdo, a startup oferece software de gestão para pet shops, clínicas e hospitais veterinários.

A vez dos pets

O investimento da Porto Seguro no mercado pet não é sem motivo. O Brasil é o país com a terceira maior população de cães e gatos dentre os maiores mercados mundiais de pets, estimada em cerca de 88 milhões. Segundo a Euromonitor, as vendas de produtos para animais de estimação somam cerca de R$ 23,5 bilhões por ano e apresentam resiliência em cenários de crise ou desaceleração econômica. 

Somada a isso, há a crescente tendência de humanização dos pets pelos seus tutores. Os animaizinhos, que já eram considerados parte da família antes da pandemia, ganharam ainda mais carinho e atenção durante o período de isolamento social. Com isso, os gastos com rações com ingredientes naturais, brinquedos e outros itens de conforto e bem-estar aumentam.

Dentro desse contexto, é esperado que a demanda por planos de saúde para pets e serviços de assistência veterinária também siga crescendo. Posicionado a Porto.Pet como um grande player desse segmento, Petlove e Porto Seguro esperam fidelizar os clientes e vender desde ração até passeios.

Acompanhe tudo sobre:AnimaisCachorrosPorto SeguroStartupsGatosSoftBank

Mais de Exame IN

Fim do 'shutdown' não resolve apagão de dados, diz Meera Pandit, do JP Morgan

Avon podia ter salvado Natura do tombo, mas ainda não estava pronta

BTG Pactual bate novos recordes no 3º trimestre e lucra R$ 4,5 bilhões

Nem Cook, nem Musk: como Huang, da Nvidia, virou o maior aliado de Trump