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Quer trabalhar em startups? SoftBank lança curso com estrelas do portfólio

Fundadores de empresas como Creditas, Rappi e Gympass vão dar aulas online gratuitas sobre como é trabalhar em uma startup

SoftBank: com um fundo de US$ 5 bilhões dedicado à América Latina, o grupo é um dos principais investidores de venture capital da região (time99lek/iStockphoto)

SoftBank: com um fundo de US$ 5 bilhões dedicado à América Latina, o grupo é um dos principais investidores de venture capital da região (time99lek/iStockphoto)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 17h45.

Última atualização em 5 de agosto de 2021 às 11h48.

O SoftBank, conglomerado japonês famoso pelos investimentos em tecnologia ao redor do mundo, continua investindo em formação na América Latina. E agora colocou as estrelas de seu portfólio para jogo. Depois de investir em programas online para formação de pessoas em ciência de dados e inteligência artificial, o grupo lança a SoftBank Operator School, uma iniciativa que coloca os fundadores e executivos das empresas investidas para dar aulas online a futuros empreendedores e funcionários de startups.

“Muitas pessoas não entendem o que é trabalhar em uma startup de tecnologia, acham que precisam ser engenheiros, quando, na verdade, há vagas para todos os perfis. Queremos inspirar mais pessoas a buscar oportunidades em empresas como as que fazem parte do portfólio do SoftBank”, diz ao EXAME IN Laura Gaviria Halaby, diretora de parcerias e iniciativas estratégicas do grupo.

Na Operator School, 20 diretores de empresas do portfólio do SoftBank vão dar aulas compartilhando um pouco sobre a rotina nas startups e dando dicas para negócios em estágios iniciais. Nomes como Sergio Furio (fundador da Creditas), Claudia Woods (presidente da WeWork na América Latina) e Sebastian Mejia (cofundador do Rappi) estão escalados para falar com os participantes sobre como crescer um negócio, estabelecer metas e desenvolver uma cultura inovadora.

No total, o programa dura um semestre e é aberto gratuitamente ao público de Miami e da América Latina. A aula inaugural acontece no dia 12 de agosto e será conduzida por Alex Szapiro, líder do SoftBank Latin America Fund para o Brasil. Na palestra, o executivo vai apresentar mais sobre o curso e discutirá com os estudantes como as decisões iniciais afetam os resultados de um negócio no longo prazo. A partir do dia 26, das 13h às 14h30, começam as sessões com os executivos.

“Nossa visão é que a SoftBank Operator School facilite o compartilhamento de conhecimento e treine a próxima geração de fundadores e funcionários de negócios das startups de maior sucesso no Sul da Flórida e na América Latina”, diz Szapiro.

A próxima geração

O SoftBank é um dos investidores mais importantes na América Latina. Depois de alguns investimentos soltos ao longo da década de 2010, o grupo lançou o SoftBank Latin America Fund em março de 2019, com US$ 5 bilhões, e se tornou o principal ator de venture capital da região. Segundo informações da agência Bloomberg, o grupo agora estuda dobrar o capital disponível no fundo.

Apesar do montante ser significativamente menor que o seu famoso Vision Fund, que tem US$ 100 bilhões para investir em tecnologia ao redor do mundo, o Latin America Fund representa um salto em capital de risco disponível para as empresas da América Latina. Em todo o ano de 2020, por exemplo, as startups latino-americanas captaram cerca de US$ 4 bilhões, segundo a Associação Latino-Americana de Private Equity e Venture Capital (Lavca).

No Brasil, o SoftBank investiu em mais de uma dezena de startups, como Olist, Creditas, Inter e Gympass, além de ter financiado negócios promissores na Colômbia, Argentina, México e Chile, como o aplicativo de delivery colombiano Rappi e a fintech argentina Ualá.

O desafio para continuar impulsionando o mercado de tecnologia da América Latina é a falta de profissionais especializados. Só no Brasil, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estima que até 2024 haja um déficit de 264.000 profissionais de tecnologia.

Investir em formação, então, é primordial para o fundo. “Nosso relacionamento com a região é de longo prazo, por isso queremos investir em talentos iniciantes que eventualmente possam se tornar os próximos empreendedores ou funcionários de startups investidas pelo SoftBank”, diz Laura Gaviria Halaby.

Para ver a programação completa do curso e se inscrever, confira o site do programa.

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