Exame IN

Renner entrega maior crescimento entre pares: 'É ter o produto certo na hora certa', diz CEO

Depois de um período sendo cobrada (e punida no preço) pelos investidores, a companhia está mostrando os resultados de vários investimentos feito ao longo dos últimos anos,

 (Leandro Fonseca/Exame)

(Leandro Fonseca/Exame)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 8 de agosto de 2025 às 09h30.

Última atualização em 8 de agosto de 2025 às 09h32.

O outono mais frio – ou realmente com cara de outono – ajudou. Mas o trabalho feito pela Renner dentro de casa também: a maior assertividade das coleções levou a venda em mesmas lojas (SSS, aquelas abertas há pelo menos 12 meses) a crescerem 17,3%, acima das expectativas já otimistas do mercado.

Olhando apenas as marcas de vestuário, a alta foi ainda maior, de 18,6%. Foi o melhor desempenho entre as varejistas de moda listadas na B3: o SSS da C&A cresceu 15% e da Guararapes, dona da Riachuelo, 15%.

“Crescemos o dobro da vendas do mercado no período com ganho de share”, afirmou o CEO Fabio Faccio ao INSIGHT. “É claro que a temperatura amena ajuda, mas a atratividade da coleção e a boa gestão de estoque é que fazem diferença. É ter o produto certo na hora certa.”

A margem bruta avançou 0,9 ponto percentual, refletindo, em boa parte, a menor necessidade de remarcações, chegando a 57,1%, uma das maiores da história da empresa para o período.

O EBITDA cresceu 33%, para R$ 891 milhões, com avanço de 2,6 pontos percentuais na margem, para 24,4%, a maior em 11 trimestres. Com isso, o lucro líquido subiu 28,4%, para R$ 404,5 milhões, um pouco acima do consenso de mercado.

Depois de um período sendo cobrada (e punida no preço) pelos investidores, a companhia está mostrando os resultados de vários investimentos feito ao longo dos últimos anos, que vem se refletindo numa melhora da alavancagem operacional.

“Os investimentos que fizemos, seja tanto da distribuição quando na execução de moda permitem à companhia um crescimento nos trimestres subsequentes com diluição dos custos e despesas. Isso vai ser uma grande alavanca para os próximos trimestres”, afirmou o CFO Daniel Martins.

A operação do novo centro de distribuição em Cabreúva agora está bem azeitada, permitindo um melhor timing de chegada e reposição dos produtos às lojas. E o online também ganhou força: a receita do e-commerce subiu 20,7% e passou a representar 15,1% da receita.

Na Realize, o braço financeiro, a inadimplência acima de 90 dias caiu 4,9 pontos percentuais, para 13,5%. “Isso mesmo num cenário de juros muito mais altos”, aponta Faccio.

Com uma estratégia agressiva de recompra, especialmente depois de um tombo relevante dos papéis no começo do ano, com a divulgação dos resultados cheios de 2024, o lucro por ação foi ainda maior: 34,4%.

A companhia já realizou 70% do programa de recompra anunciado em fevereiro, executando todo o limite da reserva de lucros que constava no balanço. Agora, deve voltar a mercado de forma mais gradual, conforme os ganhos entram no balanço.

“Temos objetivo de finalizar o programa, executando os 30% restantes até o primeiro ou segundo trimestre de 2026”, disse Martins.

No cenário de crescimento, a Renner pretende abrir entre 30 e 37 unidades neste ano e está investindo R$ 850 milhões tanto em iniciativas de tecnologia e automação, quando em remodelação de lojas.

Acompanhe tudo sobre:RennerVarejoBalançosConsumo

Mais de Exame IN

Fleury cresce pouco, mas mantém margem; lucro vem abaixo do consenso

Mudanças na Azzas: Sachete será CEO de calçados; Eric Alencar, ex-Carrefour, assume como CFO

O conselho das Casas Bahia com a chegada da Mapa Capital

Inter tem alta histórica pós balanço e upgrade do BTG: '20 meses de entrega consistente'