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7 perguntas indispensáveis para lucrar com criptomoedas

Ao responder a essas questões simples, você pode escolher melhor os seus ativos e transformar completamente os seus resultados

 (Reprodução/Reprodução)

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FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 6 de setembro de 2025 às 11h00.

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Por que parece que alguns investidores têm uma espécie de faro para identificar projetos promissores e, mais importante ainda, para evitar as roubadas? 

A resposta, meus amigos, raramente é sorte ou um palpite de gênio. Na realidade, pode apostar que é um processo metódico, sistemático, de análise.

Quando o mercado está quente, é muito fácil se deixar levar pelo hype de projetos que surgem do nada com marketing pesado. Enquanto isso, existem aquelas pessoas que estão trabalhando em silêncio seguindo um checklist rigoroso para separar oportunidade de armadilha. 

Se você não tem muita experiência na criptoesfera, mas quer fazer certo, algumas perguntas estratégicas (e simples) já podem te colocar em boa vantagem. 

Com o guia a seguir, já dá para subir alguns degraus na sua análise e parar de achar que acompanhar preço é a única coisa que importa.

Vamos lá:

O projeto tem mercado real? 

Antes de mergulhar em whitepapers e roadmaps (documentos oficiais dos projetos), é essencial verificar se o projeto está vivo e atraindo investidores de fato. Dois aspectos simples de checar:

Volume de negociação real

Se uma cripto aparece como “tendência”, mas tem pouco volume negociado, é sinal de alerta. O volume mostra se há liquidez suficiente e se pessoas realmente estão comprando e vendendo o ativo. Essa liquidez permite que você entre e saia da posição sem grandes dificuldades. Sempre desconfie de projetos com preços bombados e volume irrisório, porque pode ser um sinal de manipulação ou de que a "festa" já acabou e você chegou tarde. 

Para fazer a checagem, é possível consultar sites com navegação bastante intuitiva  como o CoinMarketCap ou o CoinGecko. 

Disponibilidade

Um ativo negociado apenas em uma corretora centralizada pouco conhecida ou em uma descentralizada (DEX) com pouca liquidez pode significar risco alto. Se não é fácil de comprar para o investidor médio, será ainda mais difícil vender, especialmente em uma queda de mercado. A acessibilidade acaba sendo um termômetro de adoção.

O engajamento social parte de pessoas ou bots?

A comunidade é um dos maiores diferenciais de qualquer cripto. Mas não basta olhar o número de seguidores nas redes sociais. É preciso analisar se há interação de verdade, discussões sendo travadas e participação ativa de usuários reais.

Entre no Twitter, Discord e Telegram do projeto. Em geral, essas são as redes favoritas da criptoesfera. As comunidades engajadas fazem debates sólidos sobre a tecnologia, ajudam a resolver problemas e garantem que a iniciativa não dependa só do marketing dos fundadores/envolvidos. Canais dominados por spam costumam ter mensagens repetitivas (como a clássica "to the moon!") ou excesso de emojis, indicando uma comunidade simulada para atrair os desavisados.

Existe concentração de tokens?

A forma como os tokens são distribuídos diz muito sobre a descentralização e o risco futuro do projeto.

Se poucos endereços concentram a maior parte do fornecimento, uma decisão de venda pode derrubar o preço.

Por outro lado, tokens com distribuição pulverizada tendem a ser mais estáveis, pois o controle não está nas mãos de meia dúzia de carteiras. 

Ferramentas de análise on-chain, como a plataforma de inteligência Arkham, ajudam a visualizar esses padrões e até identificar se o dinheiro inteligente (“smart money”) está comprando ou abandonando o ativo.

  • Distribuição de Carteiras (holder distribution): você pode usar ferramentas como o Etherscan (aqui especificamente para Ethereum) ou exploradores de outras blockchains para verificar como os tokens estão distribuídos. Se uma única carteira ou um grupo das chamadas “baleias” detém a maior parte do supply, o preço do ativo fica vulnerável às decisões de venda delas. Uma distribuição mais desconcentrada entre milhares de endereços é um sinal de saúde muito mais forte.

Como é o calendário de desbloqueio?

Esse talvez seja um dos indicadores que mais salvam investidores de prejuízos feios. Ainda assim, muitos ignoram os cronogramas de liberação de tokens. 

Preste atenção. Antes de entrar em uma posição por achar que o projeto tem “baixa capitalização”, comece comparando a capitalização de mercado (market cap) com a capitalização totalmente diluída (FDV).

A capitalização de mercado é simples: o cálculo é preço x oferta em circulação, o que fornece uma medida rápida do tamanho do projeto. 

Já a FDV responde a outra pergunta: quanto o projeto valeria se todo o suprimento já estivesse circulando? Ou seja: FDV = preço x oferta total prevista.

Exemplo: se um token vale US$1 e há 10 milhões em circulação, o market cap é US$10 milhões. Se o total de tokens previsto for de 100 milhões, a FDV será US$100 milhões. Isso significa que a FDV é 10 vezes o market cap. Esse gap mostra que muito token ainda pode entrar no mercado e, quando entrar, tende a criar pressão vendedora.

Depois, você precisa cruzar isso com o cronograma de unlocks. Muitos projetos exibem um market cap pequeno na página, mas escondem que a maior parte dos tokens está bloqueada para time, investidores iniciais e/ou advisors. 

Se uma grande liberação estiver marcada para breve, o mercado pode receber uma oferta extra de uma hora para outra e o preço do token despencar. Liberações graduais também diluem o preço, só que ao longo do tempo.

Mas dá para evitar surpresas. Ferramentas como TokenUnlocks e TokenTerminal mostram o calendário de desbloqueios, quem vai receber os tokens e em que quantidade. Essas plataformas transformam dados em sinais úteis: liberação de tokens próxima, percentuais altos a serem desbloqueados e destinatários que tendem a vender em exchanges são alertas que exigem atenção.

Abaixo está uma tela do TokenUnlocks que mostra o progresso de desbloqueio da cripto Ethena (ENA). Dá para checar ainda muitos outros dados de cada projeto, como também as datas das liberações.

No fim do dia, o FDV mostra o tamanho do risco e o calendário de desbloqueios mostra quando ele pode se materializar. Cruzar as duas métricas evita que você, por exemplo, compre às vésperas de uma diluição capaz de derrubar o preço.

Qual o nível de utilidade e adoção real do token?

Um token pode ter a melhor narrativa do mundo, mas, se ninguém está usando o protocolo, o valor dele é só especulativo. Fique de olho nessas métricas:

  • TVL (Valor Total Bloqueado): representa a soma de todos os ativos depositados em um protocolo DeFi. Um TVL crescente indica que existe confiança no projeto e utilidade real. Agora, um TVL em queda é para ficar atento. Ferramentas como o DeFiLlama ajudam a fazer essa análise de forma fácil. No gráfico abaixo, você consegue ver o TVL da rede Ethereum ao longo do tempo.

  • Geração de Receita: também no DeFiLlama, a aba "Revenue" (Receita) vai além do valor total bloqueado (TVL) e mostra se o protocolo está realmente gerando renda a partir das operações (como taxas cobradas em swaps, empréstimos, liquidações ou outros serviços). Essa métrica é fundamental porque diferencia um produto com demanda de verdade de um que depende só de incentivos inflacionários.

Imagine o seguinte:

Um protocolo com US$ 500 milhões em TVL, mas que gera só US$ 50 mil em receita anual, não está funcionando de maneira eficiente. Esse valor muito pequeno de receita indica que quase ninguém está pagando para usar o serviço. O TVL alto, nesse caso, é provavelmente sustentado pela emissão de tokens nativos (como recompensas de liquidez) e não por utilidade orgânica. É o tipo de negócio que não se sustenta financeiramente.

Agora, por outro lado, um protocolo com receita consistente e em crescimento mostra que existe uma base de usuários disposta a pagar por aquele serviço. Essa receita é o que permite ao projeto se financiar, ficando menos dependente da venda de tokens e mais resiliente no longo prazo.

Uma maneira prática de avaliar isso é calculando o rendimento por taxa, dividindo a receita anualizada pelo TVL. Se o resultado for próximo de zero (ex.: 0,01%), é um forte indício de que o protocolo não gera valor real para além de sua própria inflação. Já um número mais robusto indica que os ativos bloqueados estão realmente sendo utilizados e gerando retorno.

O que o chamado “smart money” está fazendo? 

Felizmente, você não precisa adivinhar. O chamado smart money é o capital de investidores mais experientes e bem informados, como fundos de venture capital, grandes bancos, fundos de hedge e outros players institucionais. 

Em vez de tentar adivinhar para onde o mercado vai, observe como esse dinheiro se movimenta. Ferramentas como Arkham Intelligence e Nansen ajudam a identificar carteiras de blockchain e mostram quais pertencem a grandes players. Acompanhe os fluxos dessas carteiras: se estão acumulando, transferindo para exchanges (sinal de possível venda) ou direcionando para staking (sinal de confiança no longo prazo). São pistas sobre o sentimento desse grupo.

O time por trás está entregando?

Aqui cabe um trabalho mais qualitativo. É hora de olhar se há um produto funcionando e uma equipe realmente ativa.

Um site bonito pode mascarar um projeto sem atividade real. Já um GitHub com atualizações frequentes, código em evolução e vários desenvolvedores contribuindo mostra que o projeto está comprometido.  Se os repositórios estão parados ou vazios, acenda o alerta.

O mesmo vale para a equipe: eles aparecem, falam do que estão construindo, têm histórico no setor? 

Desconfie de fundadores anônimos ou que não conseguem explicar claramente a proposta. Entrevistas e AMAs (Ask Me Anything) são oportunidades para o usuário medir a clareza, a consistência e a motivação por trás do time.

Dito tudo isso, o importante é deixar claro que lucrar no mercado cripto não significa encontrar a próxima moeda que vai valorizar 100x. É, antes de tudo, um exercício de proteção de capital. 

Parece trabalhoso? Pensar assim é exatamente o problema, a maioria não está disposta a encarar. E a disposição é o que separa aqueles que vão com a manada daqueles que constroem riqueza de forma sustentável. 

É sobre confiar no processo. Pegue esse checklist, faça sua própria pesquisa e assuma o controle das suas decisões de investimento.

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