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A empresa que importou o conceito da Strategy para o Brasil

Entenda os benefícios e riscos de se tornar uma empresa cujo ativo principal é o bitcoin

 (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 10h00.

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Por Gabriel Fauth*

Imagine uma empresa cujo ativo principal não é uma fábrica, nem um portfólio de imóveis, nem uma rede de franquias, mas sim 3.650 unidades de bitcoin guardadas em tesouraria. Essa empresa existe: chama-se OranjeBTC, uma “bitcoin treasury company” brasileira que abriu capital na B3.

OranjeBTC foi criada para ter como core business a custódia de bitcoin e o ensino sobre bitcoin. Segundo o CEO, Guilherme Gomes, a empresa vai combinar duas frentes:

  1. Compras recorrentes de bitcoin para tesouraria, na linha de estratégia de Strategy;
  2. Educação em criptomoedas – por isso a aquisição de uma empresa de cursos tradicionais, Intergraus, como veículo de listagem via “reverse IPO”.

O movimento da OranjeBTC chama a atenção por sua ousadia, mas também levanta dúvidas. A empresa preenche uma lacuna ao permitir que investidores brasileiros tenham exposição direta ao bitcoin via bolsa, algo ainda raro no mercado local. A narrativa de ser uma companhia com tesouraria 100% em bitcoin tem apelo de marketing e pode atrair atenção de mídia e investidores, especialmente num país que ainda engatinha em educação financeira sobre cripto.

Mas o risco é proporcional ao charme: ao basear todo o patrimônio em um ativo altamente volátil, a OranjeBTC se torna refém do ciclo do bitcoin dólar. Além disso, seu modelo de negócios ainda parece indefinido, não está claro como a combinação de “educação e tesouraria” se transforma em lucro sustentável, nem se a empresa conseguirá se diferenciar em um ambiente onde regulação e competição evoluem rapidamente.

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Por outro lado, sua listagem pode representar um marco importante: democratiza o acesso a criptoativos no Brasil, cria um novo tipo de empresa para o mercado de capitais e pode impulsionar o nível de conhecimento sobre o setor.

Eu apostaria que o sucesso depende de três variáveis-chaves:

Disciplina de tesouraria: não adianta comprar bitcoin quando está caro ou parar quando está barato. Uma empresa tesouraria precisa ser quase imune ao “timing”.
Modelo de monetização da educação: Se só for marketing “aprenda bitcoin”, sem escala ou receita, não vale. Precisa converter em assinatura, serviços, certificações, talvez B2B, parcerias.
Transparência e governança: Como muitas empresas cripto falham em governança, esta será uma vantagem competitiva. Se der para ver auditorias, reservas, riscos mitigados, ótimo. Se ficar opaco, é risco.

A OranjeBTC é o Brasil levando a sério a lógica de: a empresa deixa de ser só empresa e vira bitcoin-wrapper transparente no mercado de capitais. Isso pode abrir portas para o investidor local – mas não sem riscos. Aconteça o que acontecer, o fato de vermos uma empresa 100% voltada para bitcoin listando no Brasil é um sinal simbólico forte: o futuro das finanças está em movimento e se você não estivesse olhando, agora talvez seja o momento de prestar atenção.

*Gabriel Fauth é operador de mercados futuros há 7 anos e é um dos contribuidores de análises e avaliações de mercado na comunidade do TradingView. O TradingView é uma ferramenta de gráficos para execução e análise do mercado, além da maior rede social para investidores e Traders. 

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