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Especialista em criptoativos
Publicado em 20 de abril de 2025 às 11h00.
Enquanto o varejo ainda se assusta com manchetes de guerra tarifária e tensões globais, nos bastidores do mercado cripto acontece uma transferência discreta de oferta (e de poder).
Michael Saylor, por exemplo, aproveitou o turbilhão para engordar o cofre da Strategy (ex-Microstrategy) com mais 3.459 BTC, elevando o total reservado para 531.644 moedas compradas a um custo médio de US$ 67.556 (total de cerca de US$ 36 bi)
Ao contrário dos varejistas, Saylor não está focado no gráfico do dia, mas no da década, e entende que é no caos que se constrói lucro.
Mas não é só ele. Fundos de hedge, bancos de investimento e até governos entram na corrida por bitcoin, drenando a oferta líquida disponível e abrindo o caminho para uma nova era de valorização.
No curto prazo, o bitcoin recuou em reação às novas políticas comerciais de Trump, mas se manteve firme e agora segue lateralizado.
Quando o mercado tradicional sofre mais do que o cripto diante de um “tarifaço”, fica claro que o bitcoin está deixando para trás a fase puramente especulativa.
A queda de volatilidade, aliada ao retorno de três dígitos no ano passado, mostra que o ativo conquistou estabilidade sem perder seu potencial de valorização.
Dados do relatório “Big Ideas 2025”, da ARK, apontam (observe no gráfico acima):
A própria ARK decidiu aumentar a sua exposição ao bitcoin em US$ 221,5 milhões.
Essa combinação de maior previsibilidade e retorno robusto é prova de que a criptomoeda amadureceu como porto‑seguro digital, atraindo ainda mais instituições.
Enquanto o bitcoin consolida seu status como ativo institucional, os cenários mais ousados ganham força: alguns analistas projetam o preço para US$1,8 milhão até 2035.
Parece exagero? Para quem duvidou quando valia US$100, também parecia. Enquanto isso, você ainda espera a “queda perfeita” para entrar...
Mas e se essa queda não vier como você imagina? O que você perde ao adiar essa decisão? Vamos entender.
O bitcoin foi projetado lá na sua gênese, pelo próprio Satoshi Nakamoto, para ser digitalmente “deflacionário”: nunca existirão mais que 21 milhões de moedas.
Para reforçar essa característica, o protocolo reduz pela metade a recompensa de mineração a cada 210 mil blocos, o evento chamado Halving — o último aconteceu em abril do ano passado, diminuindo o fluxo de novas unidades de 6,25 para 3,125 BTC por bloco.
Essa mecânica faz com que, a cada ciclo, o mercado receba menos moedas frescas, turbinando a disputa pelo saldo remanescente.
O evento de 2024 acabou gerando um choque de oferta mais reduzido, porém significativo diante de uma demanda institucional robusta. Foi o primeiro halving após a aprovação dos ETFs à vista, contribuindo para a queda da volatilidade e maior estabilidade de preço.
Os ETFs se tornaram o canal oficial dessa entrada massiva de players institucionais.
Em janeiro de 2024, a SEC (comissão de valores imobiliários dos EUA) aprovou os primeiros ETFs spot de bitcoin no país, liberando o ingresso de gigantes como BlackRock e Fidelity.
No primeiro ano de negociação (entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025), os ETFs com exposição direta à moeda acumularam, segundo o SoSoValue, US$ 106,8 bilhões em ativos líquidos totais, o equivalente a 5,7% da capitalização do setor cripto. O bitcoin saiu do patamar dos US$ 43 mil para superar os US$ 100 mil.
De acordo com dados do Bitcoin Treasures (tabela abaixo), 1.117.272 BTC estão hoje alocados em 12 ETFs, o equivalente a 5,32 % do suprimento máximo.
A gestora Bernstein apresentou uma estimativa recente apontando que os fluxos institucionais para ETFs de bitcoin podem superar os US$ 70 bilhões em 2025 — 8% da capitalização de mercado do ativo, dado o aumento da participação de fundos hedge, bancos e gestores de patrimônio.
E o movimento não se limita a instituições financeiras. Agora, são os próprios Estados-nação que começam a enxergar o bitcoin como ativo estratégico, tanto como instrumento de reserva quanto como diferencial competitivo na arena geopolítica.
Esse movimento é impulsionado principalmente pelo progresso da acessibilidade legal, e o aumento da competição industrial e dos incentivos de reserva estratégica.
Nos EUA, a ideia de uma reserva estratégica de bitcoin ganhou corpo em janeiro deste ano, quando uma ordem executiva determinou que o país mantivesse seus 200 mil bitcoin apreendidos em casos judiciais como reserva de valor, sem planos de venda.
Além disso, há uma proposta legislativa liderada pela senadora Cynthia Lummis que permitiria ao tesouro norte-americano comprar 200 mil unidades de bitcoin por ano, durante cinco anos, somando 1 milhão de BTC.
A imagem abaixo, do relatório mais recente da River, mostra como estão distribuídas as moedas entre os 18 Estados-nação que já detêm bitcoin (dados contabilizados até o fim de 2024).
À direita, o quadro classifica essas nações em categorias como: “Compras Diretas”, “Mineração Apoiada pelo Estado”, “Apreensões”, “Exposição Indireta via Investimento Governamental”, “Hacking/Roubo” e “Doações”.
A combinação entre oferta fixa, halvings recorrentes e demanda crescente de grandes players está esvaziando, pouco a pouco, os estoques disponíveis.
Se você ainda não comprou bitcoin, adiar a decisão pode significar perder uma oportunidade que talvez não volte a aparecer.
Cada novo anúncio de adoção institucional ou governamental intensifica a escassez e acelera a corrida pelo ativo.
E quanto maior for o FOMO (fear of missing out), maior a chance de o preço saltar para um novo patamar — bem acima do atual.
Os investidores que se posicionarem com estratégia diante da crescente escassez provocada pela demanda institucional podem surfar a próxima grande onda de valorização do bitcoin — antes que a barra de entrada suba.
Considere iniciar (ou ampliar) sua posição em bitcoin, mesmo que com um valor pequeno. Vá ajustando aos poucos, de acordo com o seu apetite ao risco e estratégia.
Entenda a fundo por que o bitcoin é tratado como reserva de valor por players institucionais e governos.
Fique de olho em decisões como a proposta da senadora Lummis e o avanço das diretrizes globais.
Entradas em ETFs, compras públicas e grandes movimentações podem indicar novos ciclos de valorização.
Volatilidade no curto prazo é inevitável. Mas o que está em jogo aqui são os próximos 10 anos.
Depois de tudo o que vimos, uma coisa fica clara: o mercado cripto tira dos ansiosos para recompensar os pacientes. Já escolheu de que lado vai ficar?
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