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Moody's: relatório faz alerta sobre criptomoedas (Michael Nagle/Bloomberg/Getty Images)
Editor do Future of Money
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 17h37.
A agência de classificação de risco Moody's divulgou um relatório na última quinta-feira, 25, em que afirma que a adoção de criptomoedas em mercados emergentes está criando um risco para a resiliência financeira global e para a soberania monetária desses países.
No relatório, a Moody's afirma que os riscos são maiores em áreas em que os ativos digitais são usados para além de casos de uso de investimentos, como para proteção patrimonial ou envio de remessas internacionais. E os problemas seriam maiores com uma classe de ativos específica.
O relatório aponta que as criptomoedas pareadas ao dólar, o mais importante e valioso tipo de stablecoin do mercado, têm apresentado um crescimento expressivo. Esse ativos têm uma "penetração alta" em países emergentes, ao oferecer uma forma mais vantajosa de exposição ao dólar.
Entretanto, o Moody's acredita que a adoção desses ativos acaba enfraquecendo autoridades monetárias locais e alterando as dinâmicas cambiais do país, em especial em torno do valor da moeda local. Na prática, esses ativos têm desestimulado o uso de moedas fiduciárias locais.
Analistas da empresa dizem que esse movimento "cria uma pressão de 'criptização' semelhante a uma dolarização não oficial, mas com uma maior opacidade e com uma visibilidade regulatória menor". Na prática, portanto, acabam contribuindo para desvalorizações cambiais.
O Moody's avalia que as criptomoedas podem propiciar novas formas de fuga de capital, em especial por meio de carteiras digitais e corretoras de criptomoedas que operam fora dos países de origem dos donos dos ativos. Com isso, as transferências podem ocorrer de forma mais "discreta".
Segundo o relatório, esses riscos são maiores nos mercados emergentes do Sudeste Asiático, na África e em partes da América Latina. Em geral, os países mais afetados compartilham algumas características comuns, que incentivam a adoção de criptomoedas.
É o caso de países com alta pressão inflacionária, moedas nacionais pressionadas em relação ao dólar e com acesso limitado a serviços bancários. Já no caso de economias mais ricas, a adoção é movida por outros fatores, como clareza regulatória e integração com institucionais.
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