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(EDUARD MUZHEVSKYI / SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Especialista em criptoativos
Publicado em 19 de julho de 2025 às 11h00.
Depois de entusiasmar o mercado com a renovação do topo histórico, o bitcoin transita na casa dos US$ 118 mil, entrando em uma área de consolidação e acendendo nos investidores as esperanças de uma altseason.
O movimento do bitcoin segue um padrão esperado e saudável: após romper resistências, o preço precisa “respirar” antes de buscar novas escaladas. E é justamente nesse intervalo que as altcoins começam a se destacar, aproveitando a queda da dominância do bitcoin. Isso abre espaço para a rotação de capital que beneficia criptos alternativas.
A altseason só é declarada quando pelo menos 75% das moedas alternativas superam o bitcoin em rentabilidade por 90 dias consecutivos. Hoje, o principal termômetro desse fenômeno, o Altcoin Season Index, acaba de dar um salto expressivo, com a valorização de 64% em uma semana, atingindo 46/100.
Embora ainda sinalize domínio do bitcoin (por estar abaixo de 75), isso já demonstra que a temporada de altcoins pode estar engrenando.
Historicamente, tem funcionado assim:
A dominância do bitcoin está circulando os 61%, uma queda de quase 5% em 9 dias. Sinal de que os investidores estão dispostos a correr riscos maiores agora.
Como estão respondendo alguns dos principais ativos do mercado? Vamos entender.
No caminho para uma altseason, depois do ATH do bitcoin, boa parte do dinheiro migra para os ativos alternativos com maior capitalização de mercado. Historicamente, o ether é o primeiro beneficiado. Ele já registra valorização de mais de 50% em 30 dias. No momento em que escrevo, está sendo negociado na casa dos US$ 3.600.
A alta vem ganhando força principalmente com o aumento da aposta dos institucionais. Exemplo disso foi a entrada histórica de capital nos ETFs spot de ether na quinta- feira, 17: US$ 726,6 milhões, o maior influxo diário desde o início das negociações do produto, em julho de 2024.
Essa atitude dos grandes players é determinante para a cripto, já que a Ethereum vinha enfrentando uma crise de credibilidade. Significa que os investidores estão renovando a confiança na rede como uma espécie de espinha dorsal das finanças descentralizadas.
Enquanto Ethereum lidera, a Solana também passa por um momento importante.
Em termos de preço, recentemente o ativo completou um padrão gráfico conhecido como “cabeça e ombros invertidos” e engatou uma trajetória ascendente, acumulando valorização superior a 9% nos últimos sete dias.
Neste momento, SOL está sendo negociada na faixa dos U$S 177, tentando superar a próxima resistência dos US$ 185. Caso tenha sucesso, o alvo potencial aponta para os US$ 210. Vamos observar.
No geral, essa demanda aquecida vem em maior parte da esfera institucional: gigantes como Coinbase e Kraken se uniram para lançar o LsSOL (Liquid Staked SOL), uma resposta à demanda por exposição regulada ao staking da rede.
Esta semana, XRP também saltou, foram quase 15%, em um movimento praticamente sincronizado com os avanços políticos no cenário regulatório nos EUA (Crypto Week). Um deles foi a aprovação na Câmara do GENIUS Act, a Lei de Stablecoins, que segue para sanção de Trump e pode se tornar a primeira do país focada exclusivamente no setor cripto.
Na quinta- feira, 17, XRP atingiu seu recorde histórico, US$ 3,66, ocupando a posição de terceira maior moeda em valor de mercado. Agora, recua um pouco e opera na casa dos US$ 3,43.
A expectativa é que o Genius Act estabeleça um marco regulatório claro para as stablecoins nos níveis federal e estadual, criando assim as bases para a inovação em tecnologia financeira digital nos EUA. A implementação está prevista para começar em 2026.
O mercado também entendeu que a nova legislação irá beneficiar o projeto Chainlink, cuja cripto nativa LINK subiu 6% nas últimas 24 horas e acumula 15% de alta nos últimos 7 dias.
O motivo? Com os bancos entrando no ecossistema cripto, a demanda por soluções seguras que façam a ponte entre o sistema financeiro tradicional aos blockchains pode disparar.
A Chainlink é especialista na área: sua tecnologia ajuda a comprovar reservas de stablecoins e interliga diferentes redes, serviços que serão essenciais nesse novo cenário regulado.
Além disso, outros sinais reforçam o potencial do ativo: a quantidade do token LINK disponível para venda em corretoras atingiu um mínimo histórico, indicando que os investidores estão antecipando uma valorização ao segurar os seus ativos.
Não apenas criptos sólidas estão incluídas nessa cena altista. O varejo começa a retornar ao mercado apostando pesado em memecoins.
Desde 30 de junho, o market cap desse segmento saltou de US$ 55 bilhões para cerca de US$ 77 bilhões, alta superior a 40%.
Essa euforia pode ser explicada por três razões principais: as pré-vendas que levantam centenas de milhões em minutos, o fortalecimento do burburinho nas redes sociais e os launchpads do ecossistema Solana.
Embora o novo boom das memecoins atraia investidores de menor porte, gere liquidez e movimentação de taxas em redes como a Solana, ele também expõe quem entra a riscos elevados: preços inflados por especulação, deslocamento de capital de projetos com casos de usos reais e impactos em cascata caso aconteça uma correção brusca.
Nessa fase de expansão, cresce o hype em torno de uma altseason. Ainda assim, as oportunidades já estão por aí. O momento exige estratégia e investidores que cometem os erros a seguir podem colocar tudo a perder:
Armadilha: achar que um token a US$ 0,001 é "barato" porque o bitcoin custa US$ 118 mil.
Realidade: o preço absoluto é irrelevante. Preste atenção na capitalização de mercado.
Exemplo prático: uma criptomoeda que custa US$ 0,001 e tem com 1 trilhão de unidades em circulação terá uma capitalização de mercado (market cap) de US$ 1 bilhão. Imagine que, para dobrar de preço, a cripto precisaria de mais US$ 1 bilhão entrando no mercado, o que não é nada trivial.
Nunca deixe de fazer o cálculo: preço atual × número de moedas em circulação = capitalização de mercado. Compare este valor com projetos similares.
Armadilha: entrar em 20 altcoins esperando ganhos de 100x como aconteceu no ciclo de alta de 2021.
Realidade: o mercado de 2025 está mais maduro, seletivo e regulado. Projetos sem fundamentos sólidos tendem a desaparecer. Escolha aqueles que têm:
Armadilha: "Vou segurar até virar milionário".
Realidade: altcoins têm ciclos mais curtos e violentos que o bitcoin. Então:
Defina metas de lucro parcial, fazendo realizações escalonadas.
Use recursos que as corretoras oferecem como o stop-loss, que executam a venda automática do ativo quando o preço cai abaixo de um limite definido por você (ex.: se comprou a US$ 1, pode configurar o stop-loss em US$ 0,80 para limitar a perda em 20%)
E não se esqueça: ganhos não realizados podem virar perdas rapidamente
Armadilha: comprar qualquer altcoin "promissora" sem considerar o contexto.
Realidade: altcoins são altamente dependentes de narrativas (ex: AI, RWA, DePin, DeFi, Gaming, etc.) e ciclos de mercado. O que está em alta hoje pode estar fora de moda amanhã:
Dito tudo isso, agora é com você. O mercado não costuma perdoar erros, mas recompensa quem age com inteligência e paciência.
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