Pierre Gramegna, diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade, afirmou na última segunda-feira, 10, que o apoio de Donald Trump às criptomoedas pode gerar uma ameaça para a "soberania monetária" da União Europeia e para a posição do euro na economia global.

Gramegna falou sobre o tema durante uma coletiva de imprensa. Ao abordar o tema dos ativos digitais, o oficial europeu destacou que as autoridades do país têm avançado nos debates sobre a área. O foco, agora, está na capacidade de manter a "soberania europeia", contornando ameaças.

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"A posição da administração dos Estados Unidos sobre criptomoedas em comparação com o governo passado mudou. A administração atual é favorável às criptomoedas e, especialmente às stablecoins pareadas ao dólar, o que pode levantar certas preocupações na Europa", comentou o oficial.

Segundo o diretor, a nova posição do governo Trump "poderia eventualmente reacender os planos de gigantes da tecnologia estrangeiros e dos Estados Unidos de lançar soluções de pagamento em massa baseadas em stablecoins pareadas ao dólar".

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Nesse cenário, o sucesso desses projetos "poderia afetar a soberania monetária e a estabilidade financeira da Zona do Euro" ao reduzir o uso da moeda europeia em transações internacionais. Com uma demanda menor pela moeda, o seu valor também diminuiria.

Em resposta, Gramegna disse que o órgão presidido por ele apoia a "urgência" do Banco Central Europeu de "transformar o Euro Digital em realidade" como forma de "garantir a autonomia estratégica da Europa", afirmando que o projeto "é mais necessário do que nunca".

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Recentemente, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a autarquia pretende acelerar o desenvolvimento do Euro Digital, seu projeto de CBDC (moeda digital de banco central). Já nos Estados Unidos, o governo Trump proibiu o desenvolvimento de um Dólar Digital.

A nova posição das autoridades europeias reflete a postura do governo Trump de incentivar o uso de stablecoins pareadas ao dólar. O país já afirmou que esse tipo de criptomoeda pode ajudar a garantir e ampliar a hegemonia global da moeda norte-americana, sinalizando um interesse em ampliar o seu uso.

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