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Roberto Campos Neto, presidente do BC (Andressa Anholete/Bloomberg via/Getty Images)
Editora do Future of Money
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 14h40.
Última atualização em 10 de novembro de 2025 às 16h28.
Na última semana, o Banco Central anunciou o desligamento da plataforma do Drex, projeto da autoridade monetária que pretendia ser a infraestrutura para as finanças digitais no Brasil, com direito a uma moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês). Enquanto a autarquia afirma que irá desenvolver uma nova estrutura para o Drex e não garante se irá usar blockchain, o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se demonstra otimista com o futuro das finanças digitais no Brasil, principalmente com a tokenização.
Em sua participação no painel “Conectando mercados globais: parcerias para sustentabilidade e prosperidade”, do evento Global Investors’ Symposium, organizado pelo Milken Institute em São Paulo, Roberto Campos Neto, atual vice chairman e head global de políticas públicas no Nubank afirmou que durante seu mandato no Banco Central, era sabido que “eventualmente as finanças seriam representadas por tokens” e que isso era “uma boa oportunidade para gerar inclusão financeira, porque a tecnologia é o instrumento mais democratizado que existe”.
Bastante próximo da idealização e desenvolvimento do Drex, que ocorreu durante seu mandato no Banco Central, Campos Neto mencionou que o projeto “ainda está em andamento” e pode continuar incentivando o avanço da tokenização no Brasil.
“Acho que o futuro será quando tivermos esses marketplaces financeiros, onde tudo estará reunido em um só lugar, com todos os dados do seu banco, e você poderá escolher qual público deseja consumir e como migrar. A segmentação vai explodir porque todos poderão conectar seus pequenos serviços a essa plataforma. E, na verdade, não estamos muito rápidos nesse aspecto”, disse Campos Neto durante o painel.
“O que precisamos fazer no Brasil agora é garantir que tenhamos um sistema que incentive os bancos a tokenizar seus ativos, para que eles não vejam os ativos de suas empresas em uma taxa de conta, mas sim em uma taxa de token. E é isso que a Drex faz. Há uma coisa que lamentamos ter demorado tanto para fazer, e é muito importante. Quando projetamos a Drex há algum tempo, eu pensei que em algum momento o dinheiro vai ser tão programado que você vai ter um problema de desintermediação das bancos”, acrescentou o ex-presidente do Banco Central, falando sobre um problema de desintermediação de bancos que já havia mencionado em outras falas recentes.
Ainda segundo o ex-presidente do Banco Central, a tokenização, por outro lado, pode redefinir o futuro das finanças se aliada a outras duas tecnologias: inteligência artificial (IA) e Open Finance.
“Nós pensamos que o futuro será formado pelas interações deste bloco que criamos em termos de novidades, mas provavelmente acho que a interação mais importante e disruptiva no futuro é a intersecção entre Open Finance, tokenização e IA. A intersecção dessas três coisas vai te permitir ter visibilidade, atomizar pagamentos, ter colaterais segregados, ter ordens de pagamentos para o seu perfil, entre outros”, disse Campos Neto.
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