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S&P 500: Strategy seguirá fora do índice (Joe Raedle/Getty Images)
Editor do Future of Money
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 17h31.
A decisão de não incluir as ações da Strategy no índice S&P 500 mesmo com a empresa atendendo aos requisitos do mercado representa um "alerta" para a categoria que ela representa. É o que afirmou o banco JPMorgan em um novo relatório publicado nesta semana.
O banco acredita que a escolha de manter a empresa de fora do principal índice das bolsas dos Estados Unidos indica que parte do mercado segue cautelosa em relação às companhias que estão criando reservas corporativas com criptomoedas. É o caso da Strategy, que usa o bitcoin.
O JPMorgan ressalta que a estratégia, na prática, transforma as empresas em fundos de investimento nas criptomoedas compradas por elas e usadas como ativos de reserva. O movimento tem ganhado cada vez mais força nos mercados, com diversas empresas replicando a "fórmula" da Strategy.
As ações da Strategy já fazem parte de índices importantes, como o Nasdaq100 e os das MSCI, o que ajuda a empresa a receber investimentos indiretos a partir de portfólios que investem nos índices. Entretanto, a inclusão do S&P 500 seria importante para a empresa atrair novos investidores potenciais.
Para o JPMorgan, a decisão de não adicionar os papéis no índice pode representar um limite em relação ao grau de abertura do mercado às criptomoedas e, principalmente, à estratégia de usar esses ativos como reservas corporativas. E a escolha pode gerar um efeito dominó.
O banco não descarta que outras empresas responsáveis por elaborar índices acionários sigam o exemplo e optem por não incluir ações de empresas com reservas de criptomoedas, incluindo de bitcoin. E empresas que já estão nos índices podem ser revistas.
O relatório lembra que a própria Nasdaq avalia implementar a obrigatoriedade de aprovação por acionistas antes que empresas comecem a comprar criptomoedas para a criação de reservas. A medida indica que parte do mercado está preocupada com possíveis riscos desse movimento.
O grande ponto, segundo o JPMorgan, é o grau de endividamento e alavancagem que as empresas podem ter para financiar as compras. O banco pontua que as próprias companhias parecem ter percebido o risco, diminuindo a intensidade das compras.
Para o JPMorgan, o resultado é um cenário de "fadiga" que "gera questões sobre a sustentabilidade do modelo de uso do bitcoin como reserva corporativa".
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