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Bitcoin a US$ 250 mil: essa previsão pode acontecer de verdade?

O novo topo histórico reacende a euforia, mas exige cautela com previsões. Entenda se a moeda ainda tem fôlego para dobrar de preço neste ciclo — e como proteger os seus ganhos até aqui

A pastel toned, multi-coloured image of two toned generic coin with Bitcoin symbol, arranged in a row, or chain along a curve against a multi coloured background. Denotes concept of block-chain and crypto-currency. With lots of copy space. (Getty Images/Reprodução)

A pastel toned, multi-coloured image of two toned generic coin with Bitcoin symbol, arranged in a row, or chain along a curve against a multi coloured background. Denotes concept of block-chain and crypto-currency. With lots of copy space. (Getty Images/Reprodução)

FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 24 de maio de 2025 às 10h03.

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Era euforia que todos esperavam? Ela finalmente apareceu. O bitcoin bateu esta semana um novo topo histórico, alcançando os US$ 111.970, de acordo com o CoinMarketCap.

Os ponteiros do Índice de Medo e Ganância avançaram à “Extrema Ganância”, nível de sentimento visto apenas na pernada de alta anterior (dezembro/janeiro). O apetite ao risco parece estar voltando com força.

 

E aí: será que há espaço para mais alta? Vamos entender.

O novo ATH (All Time High ou Máxima Histórica) do bitcoin é resultado de uma longa batalha da cripto por reconhecimento como ativo estratégico — e não mais especulativo. E desta vez o recorde de preço não teve como motor principal o interesse do varejo, como vimos nos ciclos de alta anteriores.

Alguns fatores-chave contribuíram para a nova fase:

Adoção institucional: a aprovação dos ETFs spot de bitcoin no início de 2024 atraiu grandes volumes de capital institucional, com gestoras e fundos aderindo em massa à nova ferramenta de investimento regulamentada. Esta semana, apenas na quarta (21) e na quinta (22), os fluxos somados ultrapassaram US$ 1,5 bilhão, segundo dados do SoSo Value — com entradas de US$ 608 milhões e US$ 934 milhões, respectivamente.

  • Adoção estatal: vários governos já alocaram parte de suas reservas oficiais em bitcoin e muitos anunciaram a intenção de aderir. Ao incorporar o ativo digital aos seus balanços, os países legitimam o bitcoin como instrumento de política monetária, reforçando seu status de reserva de valor.
  • Cenário macro: o bitcoin surge como uma proteção (hedge) em um ambiente global de desvalorização monetária, uma inflação que não dá tréguas, tensões geopolíticas e a crise de confiança nos sistemas financeiros tradicionais. É o ouro digital.
  • Avanço regulatório: a moeda segue conquistando marcos que tornam seu uso cada vez mais seguro e institucionalizado. À medida que se consolida, o arcabouço regulatório diminui a incerteza jurídica, atrai investidores tradicionais e fortalece a confiança no mercado.

Vem mais alta?

Acredito que ainda temos alguma gordura para queimar.
Consigo ver o bitcoin buscando a faixa dos US$ 115 mil e, em um cenário mais otimista, os tão esperados US$ 150 mil.

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Mas e as previsões de disparada para US$ 200 mil ou até US$ 250 mil — será que fazem sentido? Sinceramente, acho improvável. Sendo realista, esse ciclo já entregou muito.

Desde a retomada da confiança até os recordes de volume, passando pelas entradas expressivas nos ETFs, o bitcoin consolidou seu protagonismo.

Já vivi outros bull markets e, pela minha experiência, mesmo que ainda haja margem para valorização, o melhor agora é segurar a ansiedade — e encarar com cautela as projeções excessivamente otimistas.

Ainda assim, é natural ver o mercado dividido.

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Bitcoin "esticado"?

Uma das métricas mais úteis para avaliar se o bitcoin está sobrevalorizado é o MVRV (Market Value to Realized Value).

Ela compara o valor de mercado do bitcoin com seu valor realizado — isto é, o preço médio pelo qual os bitcoins em circulação foram adquiridos.

Na prática, o MVRV ajuda a identificar possíveis topos e fundos de mercado.

Na segunda-feira, 19, o índice marcou 2,33 — um nível elevado que, em ciclos anteriores, já indicava proximidade de topo.

Mais importante do que acertar o topo é estar bem posicionado.

Quem entrou cedo já colheu frutos. Agora, o foco deve ser proteger os ganhos e manter o emocional sob controle.

Como proteger os lucros

Para quem fez a lição de casa e capturou valor neste ciclo de alta, é hora de garantir que os lucros não escorram pelos dedos diante de possíveis correções bruscas.

Algumas estratégias, como o uso de opções e contratos futuros, exigem mais técnica, mas há ações simples que funcionam muito bem.

Aqui vão 4:

1. Realização escalonada

Defina com antecedência os níveis de preço nos quais pretende realizar parte dos ganhos — antes mesmo de o bitcoin alcançá-los.

Depois, vá escalonando as vendas à medida que a moeda sobe: por exemplo, vender 10% ao atingir US$ 115 mil, mais 20% em US$ 120 mil, e assim por diante.

As porcentagens e os preços-alvo devem ser definidos com base em dados, e alinhados aos seus objetivos de lucro e horizonte de investimento.

Ter essas metas claras desde já elimina a ansiedade do “será que vendo agora?” e garante a realização de lucros em diferentes patamares de alta.

2. Use stop-loss simples

Mesmo sem ferramentas avançadas, você pode proteger sua posição com ordens de stop-loss básico, ferramenta disponível em toda corretora. Funciona assim:

Você define um preço mínimo: por exemplo, 10% abaixo do seu preço de entrada.

Se o bitcoin recuar até esse nível, sua posição é vendida automaticamente, limitando perdas.

Isso traz tranquilidade, porque você não precisa ficar olhando o gráfico o tempo todo.

3. Diversifique

Depois de realizar parte dos lucros, evite deixar o dinheiro parado.

Considere diversificar em outros ativos cripto com potencial de valorização na altseason que está a caminho — ou até em outras classes de ativos, como imóveis, ações e commodities.

Se for rotacionar em altcoins, faça uma pesquisa aprofundada sobre os projetos mais sólidos e acompanhe as narrativas que vêm ganhando força neste ciclo.

Além disso, fique atento ao cenário macroeconômico, que pode gerar correções inesperadas e afetar todo o mercado.

4. Revisões periódicas

Disciplina é a chave para não deixar a euforia mandar no seu bolso. Você pode criar um cronograma simples. Por exemplo:

Diário: acompanhe as notícias para se atualizar, mas sem ceder à paranoia de checar preços toda hora.

Semanal: reveja suas metas de preço e ajuste as suas ordens de stop-loss se achar necessário.

Mensal: faça uma avaliação do desempenho geral da carteira: que lucros já realizou, quanto ainda está em risco e se faz sentido realocar recursos.

Ter essas revisões mapeadas te afastam de decisões impulsivas e transforma a proteção dos seus ganhos em um hábito. Agora, mãos à obra!

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