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Bitcoin encerra tarde de volatilidade extrema no zero a zero após queda generalizada nos mercados

Cenário macroeconômico dos Estados Unidos exerce grande impacto nas cotações das principais criptomoedas

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de abril de 2025 às 09h42.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 17h53.

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Nesta segunda-feira, 7, o bitcoin e as principais criptomoedas iniciam a semana negociados "no vermelho" em um verdadeiro "banho de sangue", acompanhando o tombo global dos mercados financeiros conforme o cenário macroeconômico dos Estados Unidos se torna cada vez mais complicado.

Enquanto outros países já anunciam retaliações para as tarifas anunciadas por Donald Trump no "Liberation Day", os principais investimentos amargam quedas. As criptomoedas, que operam 24 horas por dia inclusive em finais de semana, costumam sinalizar tais movimentos mais cedo.

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No momento, o bitcoin é cotado a US$ 79.953, com variação próxima de 0% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap. No mesmo período, a maior criptomoeda do mundo chegou a despencar para US$ 74.436. Durante a manhã de segunda-feira, 7, o bitcoin sinalizou forte recuperação, chegando a atingir quase US$ 81 mil motivada pela notícia falsa de que Trump prorrogaria a implementação das tarifas, mas que foi desmentida pela Casa Branca.

"O mercado cripto enfrentou um dos finais de semana mais desafiadores de sua história recente", disse João Galhardo, analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual.

"Esse movimento não está ligado diretamente a fatores microeconômicos internos do universo cripto, mas sim à forte correlação com os mercados financeiros tradicionais norte-americanos, que se encontram em estado de grande aversão ao risco diante da nova agenda tarifária implementada pelo presidente Donald Trump", explicou o analista à EXAME.

Do ponto de vista da análise técnica, Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio afirmou que é preciso cautela por parte de investidores.

"Embora no curto prazo tenha entrado um alto volume financeiro durante a queda, sugerindo possível absorção por parte dos compradores, é importante analisar o gráfico diário, o qual mostra que ainda há espaço para mais quedas para o preço do ativo", disse ela.

"Portanto, se houver continuidade da baixa, o bitcoin poderá buscar a faixa dos US$ 69.000 como suporte de longo prazo. Mas, vale ressaltar que, diante dessa queda de -15% o preço do bitcoin torna-se atrativo para realizar compras fracionadas pensando no longo prazo. Caso entre força compradora absorvendo a queda, a resistência de curto e médio prazo está na faixa de preço dos US$ 79.100 e US$ 82.300", acrescentou.

Notícia falsa impulsiona breve recuperação do mercado

"Apesar de uma breve mas intensa recuperação nesta segunda-feira, impulsionada por rumores de que o presidente Donald Trump prorrogaria em 90 dias a entrada em vigor dessas tarifas, a notícia foi rapidamente desmentida pela Casa Branca, frustrando a retomada dos ativos de risco – tanto ações quanto criptoativos", disse Matheus Parizotto, analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual.

"Fica claro que o humor dos mercados segue altamente dependente do desenrolar dessa questão tarifária, cujo impacto sobre o crescimento econômico e a inflação tem sido o principal fator de preocupação dos investidores. Sem uma resolução concreta, é provável que a volatilidade se mantenha elevada, com qualquer sinal positivo ou negativo ganhando potencial de mover fortemente os preços no curto prazo", acrescentou.

Impactos do "tarifaço de Trump"

"Mais importante do que o tarifaço do Trump, o mercado precisava ficar de olho na repercussão desta ação pelos outros países. Por isso, esse sell-off acompanha não só o temor por uma estagflação nos Estados Unidos, como também um aumento da inflação global", explicou Beto Fernandes, analista da Foxbit.

"No caso, a China já anunciou uma retaliação de 34% sobre a importação de produtos norte-americanos. Agora, os investidores temem que a União Europeia possa seguir o mesmo caminho. Isso coloca o tarifaço em uma bola de neve que tende a crescer de forma rápida e intensa, espalhando o medo em todos os mercados", acrescentou.

"O problema é que esse tarifaço pode não trazer os efeitos necessários para uma possível reindustrialização do país. Ao contrário, isso pode criar o efeito de estagflação, em que a economia retrai, e a inflação acelera, enquanto os países mais afetados pelas tarifas buscam outros parceiros comerciais. E o mercado já parece estar atento a isso. Tanto que houve um aumento significativo das apostas para um corte de juros emergencial nos Estados Unidos para a reunião do mês que vem. Mesmo que isso possa potencializar a inflação, a redução dos juros pode favorecer uma certa dose de investimento, evitando uma recessão", concluiu Beto Fernandes.

Perspectivas para o cenário macroeconômico e cripto

"O cenário macroeconômico da semana destaca como ponto central a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA nesta quinta-feira 10. Dados acima do esperado poderiam intensificar ainda mais as tensões, especialmente diante da potencial necessidade de cortes de juros mais cedo do que o esperado", disse Galhardo.

"Atualmente, investidores já precificam uma probabilidade de 50% para um corte de juros na próxima reunião do FOMC em 7 de maio (conforme dados da CME), uma alta expressiva em relação aos 14% registrados na semana anterior", acrescentou.

"Dessa forma, os próximos dias serão cruciais para determinar a direção de curto prazo tanto dos mercados tradicionais quanto do universo cripto, com investidores atentos não apenas aos fundamentos internos, mas principalmente às sinalizações políticas e econômicas globais", concluiu.

Benefícios para o setor cripto

Já Guilherme Prado, Country Manager da Bitget no Brasil, aponta que o cenário desafiador nos mercados como um todo ainda podem trazer benefícios para o setor cripto nos próximos meses.

"Apesar do cenário desafiador, alguns sinais podem beneficiar o mercado cripto nos próximos meses:

  • O rendimento dos treasuries americanos caiu abaixo de 4%, o que alivia pressões sobre a dívida futura;
  • O dólar (DXY) está mais fraco, favorecendo a valorização de moedas globais e abrindo espaço para fluxos de capital rumo às criptos;
  • E as chances de corte de juros pelo Fed em maio aumentaram, o que tende a impulsionar ativos de risco".

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