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Editor do Future of Money
Publicado em 13 de maio de 2025 às 15h57.
A BlackRock compartilhou recentemente um alerta importante sobre o futuro do bitcoin. A maior gestora de ativos do mundo disse que o avanço da computação quântica pode tornar o sistema de segurança por trás da criptomoeda "ineficaz", o que abriria margem para manipulações e até roubos.
As informações foram apresentadas no documento de descrição do ETF de bitcoin da empresa submetido junto à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos). Nesse tipo de documento, que é uma orientação para investidores, as gestoras são obrigadas a indicar possíveis riscos ligados ao ativo do fundo.
No documento atualizado, a BlackRock disse que "no passado, falhas no código-fonte de ativos digitais foram expostas e exploradas, incluindo falhas que desabilitaram algumas funcionalidades para usuários, expuseram informações pessoais de usuários e/ou resultaram no roubo de ativos digitais de usuários".
"A criptografia subjacente ao bitcoin pode se mostrar falha ou ineficaz. Desenvolvimentos em matemática e/ou tecnologia, incluindo avanços em computação digital, geometria algébrica e computação quântica, podem resultar na ineficácia dessa criptografia", alertou a gestora.
A BlackRock pontuou que "a tecnologia de computação quântica é um fenômeno emergente e, por ainda estar em desenvolvimento, é difícil prever seu efeito final sobre o valor futuro do bitcoin e de outros ativos digitais". Por outro lado, os riscos tornam-se mais reais caso a tecnologia consiga evoluir "significativamente" sua capacidade de processamento.
"Isso poderá potencialmente minar a viabilidade de muitos dos algoritmos criptográficos usados na infraestrutura de tecnologias da informação, incluindo os algoritmos criptográficos usados para ativos digitais como o bitcoin", afirmou. Nesse cenário, a tecnologia pode tornar a criptografia do blockchain do bitcoin "ineficaz".
O documento explica que, se isso ocorrer, o resultado seria um comprometimento da "segurança da rede ou possibilidade que um agente malicioso comprometa as carteiras que contêm bitcoins, o que resultaria em perdas para os acionistas".
A BlackRock reconheceu que membros da comunidade do bitcoin estão "tomando medidas para permitir o uso de algoritmos criptográficos resistentes a computadores quânticos avançados", mas ressaltou que "não há garantia de que novas arquiteturas à prova da computação quântica serão construídas e que transições apropriadas serão implementadas em toda a rede em escala e em tempo hábil".
Por outro lado, a gestora disse que essas mudanças também levar tempo e nem serem aprovadas por toda a comunidade da criptomoeda. "Em qualquer uma dessas circunstâncias, um agente malicioso pode comprometer a segurança da rede Bitcoin ou tomar os bitcoins do ETF, o que afetaria negativamente o valor. Além disso, a funcionalidade da rede Bitcoin pode ser afetada negativamente, tornando-a inacessível aos usuários".
No momento, especialistas ressaltam que a computação quântica não está em um patamar que permitira a quebra da segurança do bitcoin. Mas a possibilidade é real e foi prevista pelo próprio criador do projeto, exigindo uma adaptação futura da rede para a tecnologia.
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