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Abstract blockchain technology concept. Internet security. Isometric digital cube connection background. (Getty Images/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 13 de setembro de 2025 às 11h00.
Quando o assunto é inovação financeira, os olhos do mundo se voltam para o Brasil. A liderança do país não é por acaso: a robusta tecnologia bancária — adaptável a diferentes planos econômicos ao longo de grande parte do último século — e o sucesso do Pix como método de pagamento são prova desse dinamismo. Essa história agora converge com as conhecidas aplicações e o potencial da tecnologia blockchain, tornando o cenário financeiro ainda mais promissor e atraente para usuários, investidores e empresas.
No cenário financeiro atual, o blockchain não atua como substituta do que já funciona, mas sim como uma infraestrutura complementar que aumenta a eficiência e a transparência do sistema vigente. Por exemplo, quando o blockchain é integrada ou conectada a um sistema já bem-sucedido como o Pix, abre-se espaço para soluções que ligam o Brasil ao mercado global — um ponto cada vez mais crucial para nossa economia.
A transformação desse sistema para atender às demandas atuais e resolver desafios históricos pode — e deve — ser fortalecida pela combinação de políticas públicas visionárias e um ambiente regulatório favorável, algo que já acontece no Brasil.
Hoje, existe confiança mútua entre o Banco Central, o Congresso e o setor privado, criando uma base segura para gerar inovação. Vemos de perto como essa colaboração — que inclui discussões sobre a supervisão de prestadores de serviços de ativos virtuais (VASPs) — permite que inovação e segurança avancem juntas, criando instrumentos financeiros mais eficientes, seguros e acessíveis a todos.
Na Ripple, essa é a nossa visão. Nossa estratégia é construída sobre a conformidade regulatória, trabalhando lado a lado com autoridades em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. Acreditamos que, sem segurança e regras claras, a adoção em larga escala de qualquer nova tecnologia simplesmente não acontece de forma sustentável.
Um ótimo exemplo desse debate é a crescente atenção em torno das stablecoins lastreadas em moeda fiduciária — moedas digitais atreladas a uma moeda internacional forte, como o dólar americano. Elas têm se mostrado muito atrativas porque combinam a inovação trazida pelas criptomoedas com a segurança e a credibilidade garantidas pelo sistema financeiro tradicional.
O recente seminário “Regulação de Stablecoins e o Congresso Nacional”, realizado no fim de agosto na Câmara dos Deputados e com a participação da Ripple, reforçou a importância do diálogo institucional. Estar à mesa com o Banco Central, parlamentares e outros especialistas é essencial para avançar em um debate que só é possível graças às bases regulatórias que o Brasil construiu com ferramentas como o Pix — e que também deve acontecer com o Drex.
O caminho rumo a uma legislação definitiva para stablecoins ainda está em construção e deve permanecer aberto a atualizações, mas o Brasil já demonstra liderança global ao tratar dessas questões de maneira aberta e responsável.
Enquanto outras jurisdições ainda buscam clareza — ou até mesmo impõem obstáculos — mostramos que é possível avançar de forma coordenada, colocando a inovação a serviço da sociedade.
Se o Pix foi nosso primeiro grande passo e o Drex é o próximo (mesmo que não baseado em blockchain em sua fase inicial), a regulação clara das stablecoins pode consolidar firmemente a posição do Brasil como referência global em pagamentos digitais. É um futuro em que tecnologia e confiança caminham juntas — e do qual todos temos a ganhar.
*Silvio Pegado é diretor da Ripple para América Latina.
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