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Blockchain é uma solução para a crise do INSS?

A adoção de identidades digitais verificáveis e assinaturas criptográficas garantiria que apenas os próprios beneficiários pudessem autorizar alterações em seus dados, conferindo mais segurança e transparência ao processo

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de junho de 2025 às 10h00.

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Por Murilo Cortina*

Mais de R$ 6,3 bilhões desviados e 9 milhões de pessoas lesadas. O escândalo do INSS não é apenas um caso de corrupção — é, antes de tudo, um sintoma claro de um sistema de controle ultrapassado. O episódio escancara as falhas estruturais do modelo de tecnologia atual, que se apoia em documentação física, processos opacos e validações centralizadas, o que torna o processo extremamente suscetível à manipulação e à corrupção.

Não é apenas uma falha “política”, mas não criamos nenhuma estrutura de sistemas que realmente combata ativamente atores maliciosos em posições importantes para a sociedade.

Além de investigar e punir envolvidos, o que é evidentemente necessário, devemos refletir: por que ainda usamos estruturas tecnológicas ultrapassadas na gestão pública, quando já existem soluções mais robustas e transparentes disponíveis?

A tecnologia blockchain, consolidada no Brasil e no mundo, propõe uma nova arquitetura para o armazenamento e a verificação de dados. Como o próprio nome sugere, trata-se de uma cadeia de blocos interligados, em que cada nova informação adicionada é verificada por múltiplos atores (são os chamados nós da rede) e carrega uma cópia idêntica das informações anteriores — tornando todo o sistema imutável, transparente, auditável e verificável.

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Em um sistema baseado em blockchain, a concessão de benefícios e a autorização de descontos teriam que ser validadas por inúmeros nós independentes, reduzindo significativamente o risco de manipulação de dados por agentes mal-intencionados.

Além disso, a adoção de identidades digitais verificáveis e assinaturas criptográficas garantiria que apenas os próprios beneficiários pudessem autorizar alterações em seus dados, conferindo mais segurança e transparência ao processo.

Vale destacar que esse tipo de sistema pode ser implementado de forma pública — aberta à verificação de qualquer pessoa — ou permissionada, isto é, restrita a entidades previamente autorizadas. Este último costuma ser o modelo adotado em aplicações institucionais, onde o objetivo é garantir auditabilidade sem expor dados sensíveis.

Países como Singapura, Suécia e Emirados Árabes Unidos já utilizam a tecnologia blockchain em serviços críticos, com o objetivo de otimizar processos, reduzir o espaço para falhas, prevenir fraudes e elevar os padrões de governança.

No Brasil, existem iniciativas que empregam blockchain em prol da transparência, como o BNDES Token, criado na rede Ethereum para acompanhar empréstimos a ONGs ambientais e patrocínios culturais. No entanto, nenhum projeto estatal foi implementado em larga escala, são projetos importantes e revolucionários, porém pontuais - talvez até seja uma oportunidade do Brasil manter seu pioneirismo na adoção de blockchain e fazer algum movimento estatal amplo nesta direção.

A adoção dessa tecnologia exige planejamento, recursos, mudança de mentalidade e, principalmente, vontade política. Mas o custo de manter o modelo atual — ineficiente, vulnerável e opaco — é cada vez mais alto, ao comprometer criticamente a qualidade da gestão pública.

Crises como a do INSS servem como um alerta para a urgência de repensar como utilizamos tecnologias para fiscalizar o próprio estado em suas estruturas. A solução está disponível, não podemos nos apoiar apenas na estrutura política. Cabe aos gestores públicos usá-la de forma estratégica para proteger os recursos e os cidadãos para, desta forma, recuperar a confiança da população nos sistemas governamentais.

*Murilo Cortina é diretor de novos negócios da QR Asset Management.

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