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Clareza sobre derivativos daria segurança a investidores, defende líder da Coinbase no Brasil

Em entrevista exclusiva à EXAME, Fabio Plein fez balanço sobre os 2 primeiros anos da corretora no Brasil e momento do mercado no governo Trump

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de fevereiro de 2025 às 09h30.

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Prestes a completar dois anos da sua chegada no Brasil, a Coinbase mantém o país como um dos seus mercados prioritários a nível global, mesmo com uma abertura maior dos Estados Unidos às criptomoedas com a chegada de Donald Trump à presidência. É o que afirma Fabio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase, em entrevista exclusiva à EXAME.

Plein destacou ainda que o mercado cripto vive um "círculo virtuoso" de crescimento que deve continuar no médio e longo prazo, mesmo com momentos de lateralidade ou queda de preço. Além do novo governo Trump, o crescente interesse de investidores institucionais em cripto tem impulsionado esse cenário.

Já sobre o mercado brasileiro, o diretor da Coinbase não esconde os objetivos da exchange: se tornar a líder no mercado de criptomoedas do Brasil. Ao mesmo tempo, ele defende que o setor precisa de mais clareza sobre a oferta de derivativos de cripto, hoje proíba pela CVM para exchanges.

Coinbase no Brasil

Plein lembra que a chegada no Brasil ocorreu durante um momento de queda no mercado de criptomoedas, mas que isso ilustrou a "convicção da Coinbase no mercado brasileiro, de fazer esse investimento mesmo em um cenário que não era favorável para a indústria, com um foco em crescer mercados internacionais".

Hoje com 100 milhões de usuários, a exchange tem como meta o bilhão. "Se quisermos chegar no 1 bilhão de usuários, o Brasil vai ser muito importante. Tem uma população grande, com histórico de adoção de tecnologias financeiras e um cenário regulatório que avança para uma direção que faz sentido, potencialmente com mais clareza neste ano".

"Desde o lançamento, 2024 foi um ano muito bom. Ganhamos relevância no país para os usuários e, dentro da empresa, o Brasil já se tornou um dos principais países em termos de números de usuários. A estrutura internacional se aproxima de 20% de toda a receita da Coinbase, e países como o Brasil têm sido fundamentais para isso", pontua.

Para o próximo ano, as metas da Coinbase envolvem uma expansão da atuação na América Latina e novos investimentos no Brasil em termos de equipe, ações de marca e parcerias. Plein ressalta que o app da corretora de criptomoedas foi o mais baixado do Brasil em dezembro.

"É um saldo muito positivo e estamos muito animado para 2025. Queremos seguir construindo, ter os melhores produtos, novas parcerias, trazer uma base de investidores mais qualificados. Teremos novidades locais e globais. A gente acredita muito no nosso posicionamento, de ser a empresa mais segura e confiável do mercado, e para quem valoriza isso", afirma.

Sobre a estratégia da Coinbase, Plein afirma que "não é uma corrida de 1 ano. O horizonte é crescer ano a ano e terminar a maratona consolidada na liderança do mercado brasileiro".

Já sobre a oferta de derivativos de criptomoedas por corretoras, o executivo explica que a Coinbase já estaria preparado para ofertá-los aos brasileiros, e que "seria importante ter essa clareza para aumentar a segurança de ter parceiros do mercado. É um segmento de investidores sofisticados, e esse tipo de produto faz parte do dia a dia. Tem espaço para crescer".

Situação do mercado

Para o diretor da Coinbase no Brasil, a abertura a cripto com o governo Trump não implica que a corretora vai deixar de atuar em outros países, mas ele reconhece a importância do país como o principal mercado da empresa. "Que ótimo que o cenário lá avançou de forma positiva, mas isso nos dá mais convicção de seguir o trabalho que estamos fazendo, de conversar com reguladores ao redor do mundo para uma onda positiva regulatória".

Sobre o Brasil, Plein vê com entusiamos as regulamentações propostas pelo Banco Central, com a capacidade de "manter o que funciona, preservar características da indústria, mas proteger investidores. Traz a clareza para a adaptação e traz oportunidades".

Já sobre as condições do mercado de criptomoedas no momento, Plein sugere que os investidores podem estar apresentando um olhar "com mais calma" após a "euforia inicial" da vitória de Trump, mas a corretora "segue otimista".

"Quando olha o que muda de 2024 para cá, é um cenário em que tem perspectiva de avanços importantes na regulação de cripto nos EUA, o que vai trazer muito mais segurança para investidores, empreendedores, grandes instituições financeiras olhando para cripto", destaca.

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