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(Madrolly/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 26 de abril de 2025 às 11h00.
O sistema bancário tradicional passou por uma grande transformação nos últimos anos, iniciada com os bancos digitais e a implementação de soluções voltadas à integração de serviços, como Open Finance e Banking as a Service (BaaS). Em meio a essas mudanças no modo em que pessoas e empresas lidam com as finanças, uma nova realidade já começa a fazer parte do dia a dia dos brasileiros: o pagamento de produtos e serviços básicos com o uso de criptomoedas.
Hoje, não é raro encontrar estabelecimentos comerciais no Brasil que já aceitam transações em moedas digitais, principalmente redes varejistas. E essa é uma tendência global: nos Estados Unidos, 37% dos vendedores de e-commerce já aceitam moedas digitais e as vendas envolvendo criptomoedas no segmento já passam dos US$ 18 bilhões, segundo dados da plataforma de pagamentos B2BinPay.
A expansão pelo mercado tem sido rápida e já observamos movimentos de setores da economia com grande potencial, como Turismo e Hospitalidade para reserva de hotéis, passagens em companhias aéreas e aluguel de veículos; Educação, para o pagamento de cursos, bolsas e mensalidades; Saúde, com consultas, exames e seguros; e na área de Eventos e Entretenimento, com a compra de ingressos para festivais e eventos esportivos.
Além desses, as transformações que infraestruturas financeiras em blockchain têm trazido ao mercado também facilitam pagamentos transfronteiriços, agilizando operações que hoje enfrentam dificuldades, tarifas e muita burocracia como operações entre empresas ou trabalhos autônomos realizados em outros países.
Motivos não faltam para essa rápida expansão do ecossistema cripto no mercado.
Primeiro que as moedas digitais trazem uma camada adicional de eficiência, autonomia e inclusão ao sistema de pagamentos tradicional. Outro ponto é que, diferentemente de ferramentas financeiras como Pix e cartões, as criptomoedas são descentralizadas e não se limitam ao sistema bancário local, possibilitando assim operações sem barreiras geográficas.
Esse tipo de inovação reduz custos com intermediários, melhora o controle financeiro do usuário e abre portas para novas formas de consumo — com mais liberdade, segurança e escalabilidade. E a expansão no mercado brasileiro será rápida, já que o país é uma das principais referências em cripto na América Latina, tanto pelo volume de adoção quanto pelo ambiente regulatório em construção.
Essa posição do Brasil deve-se ao ambiente voltado à inovação que foi criado no país nos últimos anos, abrangendo desde a abertura para a atuação de fintechs até a atuação do Banco Central com uma visão moderna que possibilitaram, por exemplo, que o Pix tivesse todo esse sucesso no mercado.
Essa posição dá credibilidade às inovações financeiras permitindo o avanço das criptos como meio de pagamento no cotidiano da população. Hoje, por exemplo, 16% dos estabelecimentos comerciais do país já aceitam moedas digitais como método de pagamento, segundo o relatório “Status do Pagamento com Criptomoedas no Brasil 2024”, da Foxbit Business. Além disso, 78% dos consumidores brasileiros disseram ter interesse em utilizar criptomoedas para realizar suas compras no dia a dia.
Como se vê, a utilização de pagamentos com cripto permite remover barreiras operacionais e ampliar a inclusão financeira no país. E à medida que avançamos em relação à regulação, educação financeira e infraestrutura mais acessível, essa transformação no modo como os brasileiros lidam com as criptomoedas será ainda mais expressiva.
*Márlyson Silva é CEO da Transfero.
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