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Eike Batista lança criptomoeda própria para financiar projeto de energia com 'super cana'

Empresário, mais conhecido por acumular fortuna bilionária antes de ver seu império ruir, quer retomar negócios no setor energético

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 11h02.

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O empresário Eike Batista lançou na última terça-feira, 25, a EIKE, uma criptomoeda própria. A iniciativa faz parte de uma estratégia para adquirir cerca de US$ 100 milhões para financiar o seu novo grande projeto: o uso da cana-de-açúcar como fonte para geração de energia.

De acordo com Eike Batista, a ideia é cultivar uma variedade de cana que teria a capacidade de produzir três vezes mais energia que o etanol e 12 vezes mais que a queima de biomassa de espécies vegetais comuns. Por isso, a variedade foi batizada por ele como "super cana".

O projeto já conta com um investimento de US$ 500 milhões de um fundo liderado pelo empresário Mário Garnero e com aportes do Abu Dhabi Investment Group. O valor será usado para iniciar as operações, com uma plantação em 70 mil hectares no Rio de Janeiro.

A ideia é que a área consiga produzir 1 bilhão de litros de etanol por ano e 1 milhão de toneladas de biomassa. Entretanto, o projeto ainda precisará de mais fundos, e a criptomoeda foi idealizada como uma forma de atrair investidores e reunir esse capital.

No lançamento do projeto, Batista associou a novidade à sua trajetória: "Fui pioneiro em 2006 com o IPO da MMX e seis outros IPOs. Dessa vez, vamos ser pioneiros no mundo com o ICO [oferta inicial de moedas] de um token lastreado em um ativo real e com uma escala enorme".

Como apontou o empresário, a criptomoeda EIKE é um projeto de tokenização de ativos do mundo real. Ela foi criada no blockchain Solana e conta com 1 bilhão de unidades. Desse total, 100 milhões já estão disponíveis em uma pré-venda, com custo de US$ 1 por unidade.

Cerca de 79% de todas as unidades do ativo ficarão sob controle dos fundadores do projeto. A alta concentração de criptomoedas costuma ascender um alerta no mercado cripto, já que facilita movimentos de manipulação de preços e pode deixar investidores no prejuízo em caso de vendas repentinas para realização de lucro, ou até mesmo golpes.

Os investidores da EIKE poderão receber 10% dos lucros com o empreendimento, mas não poderão vender o ativo por um período de quatro anos. A expectativa de Eike Batista é que, até lá, o projeto já tenha lucratividade, com a projeção de um EBITDA de US$ 5,9 bilhões.

O projeto de "super cana" é antigo e um "sonho" de Batista há mais de uma década, como ele relatou em entrevista ao Brazil Journal. Ele chegou a investir no projeto, mas a empresa responsável pela iniciativa declarou falência junto com diversas companhias do grupo do empresário, que chegou a ser preso e condenado em 2017.

O relançamento da iniciativa, agora acompanhada da criptomoeda, marca um movimento de retorno de Eike Batista ao mundo dos negócios. Além disso, simboliza uma mudança de opinião sobre ativos digitais. No passado, ele chegou a criticar o setor, mas recentemente voltou atrás e elogiou o bitcoin.

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