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SEC: ex-presidente voltou a criticar criptomoedas (Coindesk/GettyImages/Getty Images)
Editor do Future of Money
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 11h16.
Gary Gensler, que foi presidente da SEC durante o governo de Joe Biden, afirmou na última quarta-feira, 17, que não se arrepende de ter adotado uma postura linha dura em relação às criptomoedas. Ao defender suas ações, ele voltou a criticar o setor, afirmando que a maioria das criptos "não têm fundamentos" que justifiquem seus valores.
Gensler ficou famoso por tentar usar as regras tradicionais da Comissão de Valores Mobiliários para regular o mercado de criptomoedas. No processo, ele defendeu a classificação de praticamente todos os criptoativos como valores mobiliários, o que tornaria a oferta em corretoras e outros espaços ilegal.
Exatamente por isso, a SEC realizou uma onda de processos e ameaça de processos contra empresas do mercado cripto. Entretanto, a chegada do presidente Donald Trump à Presidência resultou em uma mudança no comando do regulador, que agora tem uma postura branda em relação ao setor e defende uma regulação amigável para fomentar a inovação.
Gensler disse que "as eleições têm consequências e eu respeito nossas formas democráticas. E naturalmente, o presidente [da SEC Paul] Atkins vai adotar uma abordagem diferente da do seu antecessor. E o seu sucessor pode adotar uma abordagem diferente".
"Temos essa indústria [de criptomoedas] em expansão e há muito mais inovação e liderança nos Estados Unidos e pode haver mais capital e interesse do público. O público está interessado. Eu entendo isso, mas fiz um juramento na posse", ressaltou.
O ex-presidente da SEC afirmou que estava "consistentemente tentando garantir a proteção do investidor. E no meio disso, tivemos muitos fraudadores. Vejam o Sam Bankman-Fried. E ele não estava sozinho". Gensler se referiu ao ex-CEO e fundador da corretora FTX, que declarou falência em 2022 e deixou milhares de investidores no prejuízo.
Gensler disse que o mercado de criptomoeda opera "principalmente com base no hype", o que gera riscos para os investidores. "É um ativo altamente especulativo e muito arriscado. Se desconsiderarmos o bitcoin, a maioria dos tokens não está vinculada a algo ou tem um fundamento. Temos entre 5 mil e 10 mil".
Ele avalia que a tendência é que o mercado encontre um "novo equilíbrio" que deve resultar no desaparecimento de diversos projetos do mercado cripto, a partir de perguntas como "quais são os bens? Quais são as receitas? O que eles estão vendendo? E assim por diante".
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